Adam Lambert se diferencia dos outros concorrentes do “American Idol” com brilho

Jason Bracelin do Las Vegas Review-Journal escreveu nesta sexta-feira (30) um artigo elogiando Adam Lambert, antecedendo ao show que ocorre hoje (31) em Las Vegas na Praia “Mandalay Bay” em Las Vegas. Confira:

Torrada sem manteiga. Cerveja sem álcool. Maionese. Concorrentes do “American Idol”. O que tudo acima tem em comum? Eles são todos insossos, entediantes, sem gosto e um tanto previsível quanto o clima nesta época do ano.

Desde Kelly Clarkson a Taylor Hicks a Chris Daughtry, se eles têm se tornado nomes conhecidos ou não ficaram entre os primeiros colocados, a maioria dos veteranos do “Idol” fazem o estilo rock, pop e R&B equivalentes a rodinhas de treinamento, seguras e maçantes, emocionando somente aqueles que não conhecem nada melhor. Até mesmo a maior estrela que surgiu deste programa, a boneca “Barbie” Carrie Underwood, é tão mediana, ela podia ter duas vias como uma rodovia. Isto é o que faz o segundo colocado de 2009 do “Idol”, Adam Lambert um desvio muito bem vindo do arquétipo do ”Idol”.

Toda a atitude e androginia, com um guarda-roupa selvagem – agarre – uma pulsação, Lambert vem coberto de delineador e poeira de Ziggy Stardust. Para um show cujos concorrentes frequentemente guardam todas as faíscas de um pacote de fósforos molhados, Lambert é um pára-raios.

Falando sério, o cara corta seu cabelo, e é como placas tectônicas colidindo. Recentemente, Lambert raspou fora uma fileira da lateral do seu cabelo, e isto na verdade foi considerado como uma grande notícia que veiculou em muita mídia. “Achei hilário que o E! Online, MTV, a People.com e outros noticiaram isto”, Lambert deu risada. “Mas estou lisonjeado que eles acharam aquilo importante.” Enfim, com certeza, o cabelo de Lambert não é importante, mas ainda, é mais estimulante do que conversar sobre, Bo Bice.

E como o primeiro candidato abertamente gay do “American Idol”, mesmo que Lambert ainda tenha sido explorado detalhamente a respeito da sua sexualidade, isto não parece aborrecê-lo muito.

“Eu sinto como se eu soubesse que lá havia um monte de pessoas que eram homofóbicas e de mente tão fechada, mas eu também sabia que lá havia um monte de pessoas que eram liberais”, Lambert diz. “Então penso que meu nível de sucesso é uma reflexão de onde nós estamos como uma sociedade, e eu estou realmente empolgado que nós temos um ponto onde é aceitável para algumas pessoas – pessoas suficientes”.

E Lambert tem certamente encontrado uma platéia. Seu álbum “For Your Entertainment” de 2009 vendeu perto de 200.000 cópias na primeira semana de lançamento com seu pastiche [ver nota] operático de rock bombástico, eletro pop e R&B murmurado. É uma piscadela, miscelânea de estilos de um álbum, reforçado pelo tenor teatral e metálico de Lambert.

De um modo, é um pop remanescente dos anos 80, quando as fronteiras não eram tão rígidas a respeito, digo, pela “femme funk” Tina Turner, a grande e malvada guitarra de rock do Dire Straits, e o bem controlado pop David Bowie, todos os quais você poderia ouvir um após o outro na mesma estação de rádio.

“Eu penso que o conceito todo de gënero é meio antiquado”, Lambert diz da natureza heterogênea de “Entretenimento”. “Eu penso que nós estamos vivendo numa época pós-moderna, e penso que agora a chave para a música é misturar tudo. Para mim, eu estou fazendo um monte de música pop com um monte de guitarras. Então tem uma ponta de rock e uma ponta de pop.”

O fato de que o repertório de Lambert tem alguma coisa semelhante a uma vantagem, para começo de conversa, é suficiente para separá-lo dos seus companheiros do “Idol”.

Ele é fácil de dispensar como brega na aparência, mas o fato de que Lambert está ciente do quanto, nos deixa saber que ele está dentro de uma piada distinta.

Lambert nomeou sua atual turnê de “Glam Nation Tour”, e é um rótulo apropriado para o melhor glam rock, Lambert é mais sincero por não estar levando as coisas tão a sério.

“Eu acho que esta é uma das grandes coisas sobre o glam rock e o glam pop, é que é tudo meio que uma brincadeira”, ele diz. “Tem exagero, e tem brilho. Deveria por um sorriso no seu rosto. Deveria fazer você sentir vontade de dançar e se fantasiar.”

NOTAS:

Pastiche: é definido como obra literária ou artística em que se imita grosseiramente o estilo de outros escritores, pintores, músicos, etc. O pastiche pode ser plágio, por isso tem sentido pejorativo, ou é uma recorrência a um gênero. Modernamente, o pastiche pode ser visto como uma espécie de colagem ou montagem, tornando-se uma paródia em série ou colcha de retalhos de vários textos.

Fonte: Las Vegas Review-Journal

Tradução: Josy Loos
Agradecimentos: Glória Conde

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