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09jul2010
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Review Do USA TODAY Do Show De Nashville, TN – 07/07
A review da Glam Nation Tour torna-se especialmente importante em Nashville, porque quando Adam se apresentou no American Idol e cantou “Ring Of Fire” de Johnny Cash, ele causou muitas polêmicas e foi criticado (veja aqui a interpretação na época do Idol e aqui a interpretação em Nashville). Muitas pessoas amaram, muitas odiaram. Algumas até chegaram a dizer que “Johnny teria se revirado no túmulo”. Por isso a sua apresentação no mesmo teatro onde se apresentou o cantor country se tornou simbólica e foi muito bem aceita pela imprensa local. Veja a seguir:
Adam Lambert traz a sua Glam Nation Tour para Nashville, no Ryman Auditorium Durante um verão que já viu shows caírem no esquecimento, Adam conseguiu um feito impressionante: a sua tour esgotada tanto em casas de espetáculo grandes como pequenos teatros, onde ele toca para uma platéia totalmente dedicada que não só vem prestigiar, mas também para se aquecer na presença do artista. A maioria dos shows nos dias de hoje podem ser considerados como artigos de luxo, mas para os fãs de Adam trata-se de uma necessidade.
Na quarta-feira, Adam trouxe o Glam Nation Tour para Nashville no Ryman Auditorium, considerado um tabernáculo sagrado no local há algum tempo (principalmente devido à inundação que houve na Grand Ole Opry House), lugar que abrigou o Grand Ole Opry (você se lembra, aquele lugar no qual Adam disse a Randy Travis que não tocaria). A sua companheira de AI, Allison Iraheta e a guitarrista australiana Orianthi, abriram o espetáculo. O show lotado em sua capacidade máxima de 2.400 pessoas, incluiu a co-escritora de Sleepwalker, Aimeé Mayo, os ex- ídolos Kellie Pickler e Chris Sligh e o cabeça da Mig Machine Records, Scott Borchetta.
Adam começou o show banhado em luz violeta, cantando “Voodoo”, num cenário ao fundo composto por um céu nublado e lua cheia. Com sua cartola e casaco comprido esfarrapado, ele lembrava Baron Samedi [ver nota], o mestre de cerimônias segundo a cultura Voodoo, uma alma que acompanha as outras almas em sua viagem ao submundo. Talvez tenha criado uma aura diferente com os efeitos de lasers coloridos que refletiam nas janelas de vidro que existiam atrás do balcão do Ryman, dando um toque de Chapeleiro Maluco.
Quando a banda começou tocar ao som de “Ring of Fire”, a multidão do Ryman foi ao delírio. É fácil de entender porque “Ring of Fire” foi uma das músicas mais aguardadas da noite, pois ela tem história nesse local [ver nota].
Johnny Cash [ver nota] conheceu June Carter, sua futura esposa, nos bastidores do Ryman durante um show no Grand Ole Opry, nos anos 50. Carter mais tarde escreveu uma música sobre seus sentimentos por Cash, e então Cash deu a sua interpretação, transformando-a num sucesso estrondoso. Durante os anos 60, Cash transmitiu seu show pela televisão pela ABC, no palco do Ryman, e o mesmo local mais tarde sediou um serviço de memorial para o seu co-escritor, Merle Kilgore, em 2005 (devido a isso essa experiência valeu a pena, porque Cash era um tipo de cara que seria criticado por se sentar num pátio e cantar como um corvo, só para que os corvos pensassem que ele era um deles – e teria amado a versão de Adam de “Ring of Fire”, e o jeito que essa música afeta determinadas pessoas).
Adam não cantou uma música ao estilo do seu Álbum “For Your Entertainment” até “Fever”. É um grande risco para um artista começar um set com tantas músicas que não fazem parte do seu álbum. O único artista que lembro que tenha feito algo semelhante é Bruce Springsteen, e mesmo assim, ele já tinha uma platéia cativa durante 40 anos de carreira. Mas para os fãs de Adam, que já tinham visto e memorizado todo set graças aos vídeos colocados no Youtube, de apresentações anteriores, puderam acompanhá-lo como se fossem hits que tivessem ouvido durante a sua vida inteira.
Adam flertou com todos os dançarinos – assim como entoou maravilhosas notas altas – durante Fever. Depois os dançarinos fizeram uma introdução com um toque tribal/industrial para “Sleepwalker”, enquanto Adam mudava a roupa e vestia um sobretudo preto.
Depois de “Sleepwalker”, Adam disse: “É uma grande honra estar me apresentando no Ryman” – ao mesmo tempo em que se sentava em um banco para então começar a parte acústica do set.
Adam construiu o seu show como se fosse um musical de teatro composto por três atos. O primeiro é cheio de “mistério… intriga… sexo”, composto de músicas como “Voodoo”, “Down the Rabbit Hole” e “Fever”. O segundo ato com a parte acústica, é mais tensional e tem o questionamento de “Whataya Want From Me”, a sensação de esmagamento de “Soaked” e a reviravolta emocional de “Aftermath”, uma canção na qual Adam disse que “buscava as respostas dentro de si”. O terceiro ato começou com um Adam brilhante, em traje preto e sem mangas e tudo vira festa de “Sure Fire Winners” a “Strut”, “Music Again” e “If I Had You”.
Essa música fechou o set principal com uma introdução de sua banda e dançarinos, e a platéia que cantava juntamente, e Adam dizia: “isso é tudo o que representa esse show porque você não é nada se não estiver conectado através do amor”.
Uma das melhores coisas a respeito da experiência de ver Adam ao vivo é a maneira pela qual ele reinterpreta muitas de suas músicas para a turnê. Qualquer pessoa que espera ver os mesmos arranjos do álbum “For Your Entertainment”, terá uma grande surpresa.
O espaço favoreceu as apresentações acústicas, pois acomodou perfeitamente a sua voz, tornando-se um ótimo showcase. “Soaked”, com sua melodia romântica clássica e solo de piano que acompanhou a maioria da canção, teve uma semelhança estrutural com a balada pop dos anos 70 de Eric Carmen, “All by Myself”. “Sure Fire Winners”, quase um hino do disco, teve um tratamento de rock and roll.
Ambas as canções do BIS – “Mad World” e “Whole Lotta Love” – soaram completamente diferentes de quando Adam as cantou no American Idol. “Mad World” acelerou seu ritmo para a versão de Tears for Fears enquanto “Whole Lotta Love” se transformou numa versão sedosa e groove acústica.
Os poucos pontos fracos do show serão resolvidos com a experiência. As transições durante a troca de roupas de Adam poderiam ser menos demoradas (se bem que ninguém se queixou e pensando bem, valeu a pena esperar) e por vezes Adam baseia-se no óbvio para explicar o seu setlist.
Outro problema foi a duração do show de Adam, o que muitas reviews têm notado. Trocando-se em miúdos, ele é curto, um pouco mais de uma hora, incluindo o BIS. Mas não acho que o público tenha se incomodado. A questão não é essa: o show não é apenas curto, é rápido. O concerto ao todo, durou cerca de 3 horas, mas parece que durou a metade desse tempo. O conjunto de 6 músicas cantado por Allison transcorre demoradamente e a hora de Adam parece que equivale a 15 minutos. Assim como Adam e sua equipe sabem como criar uma demanda para seus tickets, Adam aplica uma das regras básicas do Show Business:
– Ele sempre os deixa querendo mais.
NOTAS:
Ring of Fire: foi uma das canções country mais famosas interpretadas pelo ídolo Johnny Cash, nos anos 60. Veja a versão de “Ring of Fire” de Johnny Cash aqui.
Johnny Cash: John R. Cash, mais conhecido como Johnny Cash, (Kingsland, 26 de fevereiro de 1932 — Nashville, 12 de setembro de 2003) foi um cantor e compositor norte-americano de música country, conhecido por seus fãs como “O Homem de Preto”. Em uma carreira que durou quase cinco décadas ele foi para muitas pessoas a personificação do country. Sua voz sepulcral e o distintivo som “boom chicka boom” de sua banda de apoio “Tennessee Two” são algumas de suas “marcas registradas”. Curiosidade: Existe um filme que se chama “Johnny e June” também lançado no Brasil, que conta a vida do casal famoso do country, interpretado respectivamente por Joaquin Phoenix e Reese Whiterspoon.
Baron Samedi: No Vodou ou voodoo, Baron Samedi é um dos aspectos do Baron, um dos loa. (Loa é um espírito da religião Vodoo Haitiana). Ele é um loa dos mortos, junto com inúmeras outras encarnações do Barão, Baron Cimetière, Baron La Croix, e Baron Criminel. Baron Samedi é usualmente descrito com um chapéu branco, terno preto, óculos escuros, e algodão tampando as narinas, semelhante a um cadáver vestido e preparado para o enterro no estilo haitiano. Ele tem a cara frequentemente parecida a uma caveira branca (ou de fato tem uma caveira como cara) e fala com uma voz nasal. Ele é o cabeça da Guédé família de Loa, ou um aspecto deles, ou possivelmente o seu pai espiritual. Sua esposa é a loa Maman Brigitte. “Samedi” significa “sábado” em francês, embora haja etimologia alternativa. O Baron Samedi de pé nos cruzamentos, é o lugar onde as almas dos humanos mortos passam a caminho de Guinee. Bem como sendo o loa o sábio da morte, ele também é um loa sexual, frequentemente representado por símbolos fálicos e famoso pela perturbação, obscenidade, deboche, e tendo uma predileção especial para o tabaco e o rum. Além disso, ele é o loa do sexo e da ressurreição, e nesta última capacidade ele muitas vezes é invocado por aqueles que estão perto da morte ou a morte se aproxima, para cicatrização, já que é apenas o Barão que aceita um indivíduo no reino dos mortos. Ele é considerado um juiz sábio, e um mágico poderoso. (No caso do show de Adam, ligado com a cultura de New Orleans).
Fonte: USA Today
Tradução: Mônica Smitte
“A maioria dos shows nos dias de hoje podem ser considerados como artigos de luxo, mas para os fãs de Adam trata-se de necessidade.”
Sem comentários…
“- Ele sempre os deixa querendo mais” . (: