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28abr2010
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Electroqueer (EQ) Entrevista Adam, Londres – 22/04
A Electroqueer (EQ) fez uma entrevista com o Adam na semana passada enquanto ele estava em Londres. Confiram.
‘Eu sou um cantor, não sou babá, não sou politico e não estou aqui pra mostrar pra ninguém como fazer as coisas.”
Não é segredo que Adam Lambert era a pessoa que eu queria entrevistar esse ano para a EQ e eu tive muita sorte de conseguir 10 minutos com a super estrela do glam pop rock para falar sobre todos os tipos de coisas que estão acontecendo no seu grande mundo – do seu recente encontro com Boy George em Londres, trabalhar com Sam Sparro, do seu atual single ”Whataya Want From Me”, sobre o que ele pensa em ser assumido na indústria da música. Espero que você curta essa entrevista com Adam Lambert e você pode apostar que vai me ver nos seus shows no Reino Unido esta semana, quando nós finalmente pudermos experimentar Glambert ao vivo. Divirta-se.
Hey Adam, É legal finalmente poder falar com você – provavelmente você teve os mesmos problemas que eu tive, tentando voltar para Londres esse final de semana para seus shows!
Sim! O maldito vulcão [risos]. É loucura! Estou indo quarta-feira para o Reino Unido. Mal posso esperar, vai ser muito divertido!Na última vez que você esteve em Londres, eu encontrei com você por alguns minutos na festa de lançamento do single de Boy George e no dia seguinte as manchetes do Reino Unido estavam recheadas de ”Boy George proclama seu amor por Adam Lambert”… comentários sobre isso?
[risos] Ele só estava sendo gentil. Eu adoro o sensacionalismo da mídia. Realmente está começando a ficar muito engraçado. Ele só estava sendo amigável. Nós nos divertimos e ele foi muito legal e foi muito bom conhecê-lo.Eu sei que Boy George é um de seus ídolos – como foi conhecê-lo?
Ele foi muito simpático. Eu fiquei fascinado em ver como ele é normal. Ele estava se divertindo, na dele – eu adoro isso! Ele tem sua própria identidade, gosta de se arrumar e eu me identifico com isso!Eu tenho que te dizer Adam, alguns de seus fãs são super bem informados…
Eu sei – Nem me fale!Antes que eu mesmo soubesse que ia conversar com você, eles já estavam me dizendo tudo a respeito. Qual foi a coisa mais doida que um fã já fez?
Você sabe… eu recebo uns presentes bem interessantes [risos]. Atiraram um dildo em mim durante a turnê de verão, ano passado, depois do American Idol. Eu pensei: ”Que diabos você está fazendo”? e eu fiquei encantado e histérico ao mesmo tempo – e tudo isso enquanto eu estava tentando cantar!Hilário! – ”For Your Entertainment” é um dos meus álbuns favoritos no momento, principalmente por causa da diversidade de gêneros. Você ficou preocupado que as pessoas não fossem entender, por ele ser tão eclético?
Obrigado! Não, não fiquei preocupado. Não há espaço para preocupação durante o processo. Eu queria que fosse eclético, por que é assim que eu sou como artista e como ouvinte – eu não gosto de escutar só um estilo de música, eu gosto de escutar de tudo. Não vejo qual o problema em fazer um album com várias cores e que vai em diversas direções. Eu não vejo porque isso é uma coisa ruim. Eu acho ótimo – dá ao ouvinte uma espécie de viagem e permite que eu, como artista, embarque nesta jornada e leve meu show em direções diferentes – não fica estagnado e não soa igual o tempo todo…
Amei a recente parceria que você fez com Sam Sparro em ”Voodoo”. Você pode nos contar como aconteceu?
Sim! Ele era alguém com quem eu queria muito trabalhar – ele é incrível! É um grande músico. Eu lembro quando ouvi ”Black & Gold” pela primeira vez, é uma música tão legal, eu escutava toda hora! Eu queria trabalhar com ele porque ele é um grande compositor e nós nos divertimos muito – ele é sensacional!Minha faixa favorita de ”For Your Entertainment” definitivamente é ”Whataya Want From Me”… é uma faixa tão ícone pra você. Quando você a ouviu pela primeira vez – houve alguma dúvida a respeito?
Eu ouvi e pensei: ”É – aí está um sucesso” [risos]. Tem um lindo sentimento na letra dela. Eu gostei do que dizia e eu sabia que era contagiante. Depois de ouvi-la uma única vez, já fiquei com o refrão na cabeça – então eu pensei: ”Sim, essa tem efeito”. Eu adoro que ela seja rock e pop, Max Martin faz isso muito bem.Pra mim, a frase: “yeah it’s me, I’m a freak – but thanks for loving me” [“sim, sou eu, eu sou esquisito – mas obrigado por me amar”] essa frase me emociona todas às vezes que eu ouço.
É um dos momentos em que eu canto ao vivo onde eu sinto uma reação mais emocionada da platéia, porque é tão direta. Resume toda a música. Eu sou esquisito e eu adoro! [risos] e tenho orgulho de ser assim! Acredito que seja isso que eu estou dizendo naquele momento da música. Quer saber – eu sou o que sou e sou diferente, eu adoro e obrigado por gostar também – é pura gratidão!Você recentemente voltou ao American Idol como mentor dos concorrentes desse ano. Como foi estar do outro lado, como mentor. Foi estranho?
Não foi estranho. É engraçado, porque quando eu estava no show, ano passado, eu sempre apoiava os outros concorrentes da casa. Eu sou competitivo, mas é mais comigo mesmo. Eu não sentia que estava competindo com os outros concorrentes. Todos nós da casa, nos dávamos muito bem, por que nós éramos muito diferentes e isso fez com que eu sentisse que nós não estávamos competindo. Eu me sinto empolgado com o processo e a missão de encontrar uma música e deixá-la com a sua cara. Eu adorei a jornada como concorrente. Ser convidado como mentor, eu senti: ”Oh! que legal! Eu quero ajudar, o que eu posso fazer?” Sim, eu estou no começo da minha carreira e não sou uma estrela necessariamente estabilizada ainda, mas eu posso dar conselhos à eles sobre quem eles são agora e simplesmente tentar ajudar.Você vê algo de si mesmo nos concorrentes desse ano?
Não, não realmente. Talvez Siobhan, porque ela tem um ritmo próprio e quer ser diferente e eu me identifico com isso – ela realmente se empenha – o que eu gosto – ela é corajosa!Tenho que te perguntar isso – você se sente à vontade sendo um modelo gay para os jovens? Ou você sente que isso é imposto, por causa do seu sucesso no Idol?
Essa é uma ótima pergunta! Tem sido uma experiência interessante e eu ainda estou tentando entender. De um lado: ”Ok, eu sou um cantor, não sou babá, nem político e não estou aqui pra mostrar a ninguém como fazer as coisas”. Eu só estou divertindo as pessoas – é isso o que eu faço – eu estou aqui pra cantar. Eu não assinei contrato para ser um exemplo de vida. Às vezes quando isso é projetado sobre mim, eu fico frustrado. Eu digo: ”Não faça o que eu faço, faça o que você faz”. É isso que eu quero promover – Eu não estou aqui para estabelecer um exemplo para você seguir, e mais ainda, eu digo: ” Seja quem você quer ser, seja livre, liberado, sinta-se bonito e faça o que você quizer fazer, sem julgamento” – como eu faço. Essa é a parte que eu gosto, ser visível, e ter orgulho de quem eu sou e estabelecer um exemplo. Mas é difícil, porque eu não estou aqui pra criar os filhos de ninguém por eles [risos].Com certeza… Gostei da maneira como você falou…
Também existe um pouco de pressão por parte da comunidade gay, porque há uma projeção por parte deles, que eu esteja nos representando. Não temos muitos artistas assumidos na música popular. Mas eu também fico frustrado com isso porque, por mais que eu ame meus irmãos e irmãs gay, eu não estou aqui pra representar ninguém, a não ser eu mesmo. Eu não estou aqui pra ser o rosro de um movimento ou preferência sexual – eu só sou assumido.Isso meio que leva à minha próxima pergunta. Eu sinto que às vezes, os pop star gay masculinos sofrem mais, porque ser assumido, às vezes é ”ser encarado com severidade”. Eu sinto que você e Lady Gaga estão meio que mudando essa percepção. O que você acha?
Sim, é interessante. Eu sou um livro aberto, e tenho muita dificuldade em manter segredos e fingir as coisas. Então, nem me passou pela cabeça, se eu deveria me assumir ou não. Eu simplesmente sou. Eu não pensei duas vezes a respeito – é tipo: ”Sim, sou gay, e daí”? Mas é difícil, a realidade da situação é que é um negócio e as gravadoras e os estúdios de gravação têm um produto que elas estão tentando vender, e essa é a realidade. É arte, mas ao mesmo tempo, é comércio.
Eu acho que se eles sentem que você está representando uma sexualidade alternativa, isso vai desagradar as pessoas e algumas delas não estão totalmente a vontade com isso ainda, e isso torna o ”produto” não tão forte ou com um grande apelo. Essa é a barreira, esse é o problema, eu acho que é por isso que os artistas resistem em se assumir, é por isso que atores preferem permanecer no ”armário” – eles querem continuar podendo ganhar dinheiro – é um negócio – vai além da arte.Na verdade, eu entrei em um debate online com pessoas que estavam odiando Ricky Martin porque ele esperou muito tempo pra se assumir e já não importava… O que você pensa disso?
Eu realmente acredito que no final das contas, depende da pessoa… É decisão dela – é direito dela. Não tem nada a ver com a comunidade. É uma escolha pessoal. Eu acho que existe muita pressão de certos [longa pausa] bloggers e de outros artistas para ser aberto sobre a sua sexualidade. E realmente – é pessoal! Eu não entendo porque as pessoas têm tanto interesse em saber qual é a preferência sexual dos outros – parece ridículo pra mim.Concordo 100% com você, Adam.
É como se de uma maneira isto faz com que seja mais sensacionalizado do que seria. Coloca essa pressão a mais e chama mais atenção para o assunto.Obrigado por ser tão franco sobre isso – agora você está super ocupado e é muito exigido – quando você tem um raro dia de folga, o que você gosta de fazer?
Eu gosto de relaxar – ontem, dois de meus amigos [que também estão dançando pra mim na Europa] fomos a praia e relaxamos. Eu acho que o que importa é curtir as coisas simples da vida. É importante relaxar e não batalhar, batalhar, batalhar, o tempo todo. É realmente saudável e necessário.Eu adorei quando você esteve na Oprah e falou sobre conhecer Madonna – existe alguma celebridade que você gostaria de conhecer e que te deixaria empolgado?
Seria muito legal conhecer David Bowie. O que ele fez em Ziggy Stardust – ele é um artista original, verdadeiro e único! Eu me inspiro nisso! Ele é incrível!Me diga o que podemos esperar dos shows no Reino Unido neste fim de semana? Eu vou estar na primeira fila, gritando!
Woo! Mais coreografias, e eu vou dançar um pouco. Estou muito empolgado em poder me arrumar todo pra vocês do Reino Unido.Maravilhoso! Bem, obrigado pelo seu tempo Adam – eu realmente adorei você ter me concedido essa entrevista – alguma mensagem para nossos leitores da EQ?
Obrigado por falar comigo, obrigado por ouvir e por ser ”queer” e por ser “electric”! [Adam aqui deve ter feito o trocadilho, já que o site se chama Electroqueer. “Queer” é um termo que proveio do inglês. Seu significado atual tem a ver com gays, lésbicas, transgêneros entre outras designações; literalmente significa “ëstranho”, mas a palavra foi usada em uma superposição de significado com a palavra queen, ou “rainha”, assim, seu significado completo seria de um homossexual masculino bastante afeminado, pois este seria ao mesmo tempo uma rainha e algo de muito estranho].
Fonte: Electroqueer
Tradução: Glória Conde
[a][a][a] é bem divo esse meu Adam *-*
Nenhuma entrevista do Adam é cansativa, todas inteligentes e deliciosas de se ler!!!! Go Adam!!!
Adorei ele dizendo sobre o convivio dele na casa com os outros participantes, que eles realmente poderiam ser amigos pois tinham estilos diferentes…Nessa temporada eles devem estar se comendo vivo pois tá todo mundo igual kkkk.
Entende-se igual = picolés de chuchu.
Adorei o ponto de vista dele sobre sua sexualidade e a do Ricky Martin, tbm acho que cada um deve sair do armário qdo se sentir a vontade com ele mesmo. E que as pessoal deveriam PARAR DE UMA VEZ POR TODAS de se preocupar com a sexualidade dos outros…cada uma faz o que quer, dá o que quer, come o que quiser….
Graça da vontade de passar horas e horas lendo e vendo entrevistas dele.
Tbm é muito bom ver as pessoas o admirando tanto assim.