Review publicado pela Rockstar Weekly do Show no Fantasy Springs

A Rockstar Weekly publicou este belo review do show ocorrido no último dia 27 de Fevereiro no Fantasy Springs Resort Casino.

Adam Lambert Idealiza um Sonho Místico no Fantasy Springs

Por Lori Atkinson-Leung

Música de ótima qualidade deveria ser aquela que te leva a algum lugar além de você mesmo, a lugares há muito tempo imaginados e esquecidos. O primeiro show solo, ao vivo de Adam Lambert no Fantasy Springs Resort de Indio, Califórnia, foi como cavalgar uma onda sonora para dentro de memórias e fantasia. Sob o brilho do laser verde esmeralda pulsando com a batida do eletropop de For Your Entertainment, faixa título do seu álbum, que já é ouro, Adam Lambert cintilou em cima do palco cheio de sombras pintadas, para agitar tanto a noite quanto o espírito da vida. Aproximando-se do palco e invocando seu chamado original à dança, ele brilha magistralmente desde o seu cabelo salpicado com diamantes, rios de correntes prateadas e um glorioso colar ornamentado de safiras. Assim, vestindo o que ele mesmo descreveu como ”sua roupa de feiticeiro”- delicadas exalações de tecidos – seu cabelo negro balançava com penas de pavão turquesa espalhadas sobre os ombros e quadris, Lambert parecia ter deixado de lado seu aguçado look brilhante para assumir uma exótica barbaridade.

Uma criatura, meio homem, meio pássaro, exalando misticismo, ele abriu a mente e a voz para transmitir treze mensagens líricas para os ouvidos enfeitiçados de fãs apaixonados, amigos e família.Um competente grupo de músicos também apresentou uma fiesta musical, consistindo do Deus da guitarra do Rock, Monte Pittman, vestindo um misterioso poncho, o tatuado baterista Longineu Parsons, o baixista Tommy Joe Ratliff, jogando seu cabelo leve loiro platinado e Zac Baird, que tocou teclados e sintetizadores. Doug Anderson orquestrou o show com habilidade O compacto palco pareceu transformado num imenso deserto onde corpos balançavam livremente. Dedos livres de sapatos tocavam na areia ondulante atravessada por gerações do povo de Cahuilla, por exploradores e turistas e possivelmente até por aquele conhecido como ”Rei Lagarto”.

O anciosamente aguardado single ”If I Had You”, a carnal ”Sure Fire Winners” e a pulsante “Strutt” fincaram pé entre as mais de 3.500 pessoas da vigorosa platéia no lotado espetáculo, balançando o chão, marcadas pelos ensurdecedores gritos, assovios e vivas!!!

Prosseguindo com uma constelação de baladas e versões acústicas de faixas originais e dois covers famosos, que ele apresentou no American Idol, a interpretação vocal de Adam arrebatou o lugar onde o sol brilhava intensamente num céu azul índigo. ”Soaked” foi um lamento poderoso de desespero otimista, emprestando uma dramática liderança à versão acústica do excelente single ”Whataya Want From Me”, Lambert impeliu uma forte conexão com a aglomerada multidão que ficava mais evidente quando ele pronunciava as frases ‘“I’m a freak” e ”thanks for loving me” e mais ”cause you’re doing it perfectly”, desenhando gritos eufóricos o ar. A letra foi acompanhada pelas notas do piano de Baird como se fosse a correnteza de um riacho. Lambert então, mergulhou em ” Mad World”, uma melodia fantasmagórica, que soou ainda mais etérea com os dedilhados cuidadosamente executados por Pittman e Ratliff, e acompanhados pelas mãos ágeis de Parsons no tambor djembê.

A plateia mal tinha retornado à areia fria quando ”Broken Open” foi trazida à vida com um puro vocal cristalino, enquanto que Ratliff gentilmente dedilhava sua guitarra clássica pulsando perfeitamente em sincronia com a vocalização de Lambert. A faixa co-escrita pelo cantor, que fala sobre estar deitado, sozinho, sem amor, tentando encontrar conforto em lágrimas escondidas no canto dos olhos.

No momento mais impressionante da noite, Lambert se entregou ao fogo da paixão com uma versão acústica, meio blue, meio rock de ”Whole Lotta Love”, desenredando suavemente a batida e a energia frenética da música em sete minutos de sensualidade pura. De joelhos, rodeado por notas em tons de turquesa de um baixo poderoso, dedilhados ao estilo cítara e uma bateria elegante, Lambert buscou no seu íntimo, exultando uma original dúvida de desejo da sua alma, uma oferenda poderosa e espiritual de amor e sexo. Emoções carregadas de eletricidade fluiam, homem e música moldaram-se em a necessidade de alinhavo, enquanto ele se erguia lambendo as lágrimas aquecidas pelas estrelas, torso ondulando fluidamente. Estendendo o compasso da música, para dar espaço à sensual vibração da banda, ele gorgeou com intensidade duradoura, ecos vocais reverberando no ar como se ele estivesse em frente às paredes do Palm Canyon.

Lambert então mergulhou em ferventes investidas até uma cascata de gemidos melódicos enquanto que os gritos de prazer absorvidos pela platéia dançavam, indo e vindo ao redor dele. Despejando desejo na areia enegrecida, ele voltou a ficar de joelhos e escaldantes gemidos surgiram fortes, em ondas. Então, exausto e satisfeito, ele acariciou o sonho sonoro até o fim, com um sussurro nú, gentilmente colocado ao lado de um dedilhado melancólico de guitarra. Enquanto a eufórica multidão despertava sozinha do encanto, Adam confidenciou que a incrível compilação havia sido dispersamente conceitualizada e virtualmente ensaiada. A estrondosa resposta transmitiu ao abençoado camaleão, que ele e sua banda adularam com muito sucesso um encantamento funk improvisado de puro amor, enquanto extraiam arte oral da ícone faixa de Led Zeppelin. A singular integridade artística dessa apresentação de Lambert deve ter ensinado aos críticos que o descartaram como uma simples estrela de reality show, desprovido de substância duradoura.

O vocalista pulsou junto com a robusta batida de ”Music Again” antes de deslanchar em ”Sleepwalker”, a assombrosamente linda melodia tingida por dores apavorantes.

Caminhando de volta ao palco num vistoso Fedora e coberto por um traje abundantemente adornado por ondulantes plumas verde azuladas, Lambert rodopiou e se enfeitou para estourar em ”Fever”. Como uma raposa do deserto, cada pluma, bugiganga e membro do cantor se moveu e esvoaçou ao som da faixa escrita pela brilhante Lady Gaga, enquanto a platéia se perdia na selvagem vibração como bolhas dançando na superfície da pele. Até Lambert se deixou atordoar pelo calor, tendo que se abanar freneticamente ao final da hedonística faixa.

O final trouxe o funk solto da deliciosamente esquisita ”Down the Rabbit Hole”, a qual o fez sucumbir à giros ciclônicos e deformados, antes de comunicar uma suplica final em direção à auto reflexão: ”Quem são vocês”? ele lançou para as mais de 3.500 mentes daquele aglomerado à sua frente, incluindo sua fã mais velha de 89 anos, Isabel Paquette. Com essa nota ele fechou um super bem sucedido show, tendo transmitido um Rock n Roll verdadeiramente artístico, se apresentando com muita capacidade para os participantes da sua jornada, um grupo composto de ambos os sexos e virtualmente de todas as idades.

Como a cinza latente de um fogo que perdura, Adam Lambert envolve seus ouvintes com emoção, os magnetiza com sua voz e garante à eles passagem à fantasia através de sua arte sônica.

O rosto de Isabel, enquanto ela era levada para fora do auditório irradiava um misto de felicidade e glitter que ela irá saborear pelo resto de sua vida. Adam a guiou junto com todos os outros à espaços dentro de nós mesmos, onde a memória do que é mais lindo na vida se mistura com imaginar em quais exaltações futuras nós poderemos esbarrar sobre um exuberante oásis de música, arte e amor.

Fonte: Rockstar Weekly

Tradução: Glória Conde

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6 Comments

  1. Glorinha, que texto mais lindo! Quase chorei…
    e nos aqui, táo longe dessa divina energia…O que vc sentiu ao traduzir isto… Amo essa pessoa que escreveu isto!

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  2. Graça, vc não tem noção, eu me arrepiava a cada frase, foi incrível! Como eu disse pra Josy, isso não é um simples texto, é uma verdadeira ODE À ADAM LAMBERT!! O REI CAMALEÃO DO GLAM ROCK!!! Adam é poderoso e absoluto, não existe ninguém como ele no mundo todo, e nós somos afortunados por estarmos desfrutando da magia que ele faz!!

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  3. Afortunados os que se deleitaram com esse show …

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  4. ah, que inveja desse pessoal sortudo UHASAUSHUAS amei esse texto demais, uma experiência única! Espero que a gente esteja nela um dia, né? rs.

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  5. Achei esse texto tão poético hehe
    e expressa exatamente o q a gente sente.

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  6. me arrepieeii horroreees com esse textooo!!!!
    muito bem escrito, palavras e maneiras de dize-las perfeitas 😀
    elogiaram ate a banda, q tudo! e a isabel, q fofinha tb!
    ^^
    ai amei ler isso!

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