Entrevista para o ShockHound

O Myspace do Adam divulgou uma entrevista que ele fez para o site ShockHound.
Você confere ela aqui traduzida.

Adam Lambert: Pensamentos de Ídolo
Entrevistado por Aidin Vaziri

Não há como ignorar Adam Lambert. Mesmo que você nunca tenha visto um episódio de American Idol — ou que apenas finja que nunca viu — o espalhafatoso segundo colocado da competição virou capa de revista rapidamente. Todos têm falado sobre suas apresentações triunfais no programa, cantando com os clássicos ícones Queen e Kiss; sobre a capa de tirar o fôlego da Rolling Stone, revista na qual ele públicamente se assumiu gay; e as constantes aparições nos tablóides, precedendo o lançamento de seu primeiro álbum, For Your Entertainment.

Lambert decolou no Idol, antes mesmo de se encontrar no cenário pop rock, interpretando covers estilosos de músicas do Led Zeppelin, Aerosmith e, eh, Tears For Fears através de uma espessa camada de rímel preto.. Seu espírito aventureiro foi trazido também para o CD For Your Entertainment, onde colaboradores do Top 40 (Max Martin, Dr. Luke, Linda Perry) se misturam com nomes mais inusitados como Justin Hawkins do The Darkness, Lady Gaga e — meu favorito — Muse. Claro, tem também aquela mecha azul na capa do álbum.

Numa entrevista exclusiva, ShockHound falou com o cantor californiano de 27 anos sobre sua experiência no Idol, sair do armário antes de lançar seu álbum, e crescer numa casa onde Grateful Dead reinava no rádio.

SHOCKHOUND: Você acha que o motivo pra não ter ganho o Idol é que você é um pouco indigesto pros espectadores comuns, com a cabeça fechada?

ADAM LAMBERT: Não, na verdade acho que eles me aceitaram sem problemas. Eu pude ir até o final. Acho que é bem progressivo. Eu sei que sou bem alternativo, um pouco incomum. Acho que no final ficaram entre maçãs e laranjas. Kris Allen é imensamente talentoso, e outros competidores foram saindo, o que dividiu os votos. Eu quero dizer que, depois que Danny Gokey foi eliminado, seus torcedores estavam muito mais inclinados a virarem fãs do Kris do que meus, especialmente porque Danny e eu fomos colocados frente a frente diversas vezes durante a competição, o que achamos super divertido.

SHOCKHOUND: Você foi muito pressionado à sair na Rolling Stone, mesmo sem ter lançado o álbum ainda?

LAMBERT: Teve um pouco de pressão, sim. Mas foi bom. Foi encorajante. Foi maneiro. É inspirador. Ter o apoio da Rolling Stone me fez perceber que eu poderia ganhar crédito com o público mais conservador, e foi o meu principal objetivo na matéria.

SHOCKHOUND: Você pensou no impacto que iria causar na sua carreira e nos fãs?

LAMBERT: Essa é a parte mais legal. Eu nunca pedi pra ser modelo de ninguém, mas reconheço que ser gay causa um impacto indireto. Estou bem ciente disso. Eu acho que é algo importante para refletir. Eu não tinha muito em quem me espelhar quando era mais novo. Era tão tabu. E no ensino médio todos zoavam qualquer coisa relativa à homossexualidade. Então eu só me vejo como um modelo para que a pessoa seja ela mesma e seja franca e honesta consigo. Isso é algo que eu espero que as pessoas absorvam de mim. Não estou tentando dar lição de moral ou ser clichê. Só estou tentando ser eu mesmo.

SHOCKHOUND: Quando estava produzindo o For Your Entertainment, qual era o seu ponto de vista e qual a expectativa dos empresários quanto à sua gravação de “Hallelujah”?

LAMBERT: Eu trabalhei com dois caras da A&R [da gravadora], e logo de início já foi algo do tipo “O que quer fazer? Com quem quer trabalhar?” Então eu fiz minha lista de preferências e partimos dali.

SHOCKHOUND: Como você ganhou a faixa “Soaked”, uma música não-gravada do Muse?

LAMBERT: Foi insano como tudo aconteceu. Eu acho que alguém da minha gravadora conhecia alguém, que conhecia alguém. Eu não sei como encontraram eles. Foi uma honra ganhar aquela faixa. É bem diferente, definitivamente de gosto apurado. Pessoas que amam música vão entendê-la, mas outras pessoas vão ficar confusas. É arriscada. É diferente.

SHOCKHOUND: Eu achei que essa fosse sua intenção com o disco inteiro.

LAMBERT: E é. Tem músicas que são mais populares. E outras que são mais alternativas.

SHOCKHOUND: A capa do álbum tem causado um pouco de controvérsia. Isso é algo que tenha sonhado desde os 14 anos?

LAMBERT: Não, não quando tinha 14 anos. Quando começamos a planejar a sessão de fotos, decidi fazer algo bem glam. Eu amo aquela sensibilidade de artistas como Bowie e Prince. Infelizmente, ela não tem aparecido há anos. Pelo menos não por um homem.

SHOCKHOUND: Bom, você tem que relevar que eles também eram os únicos quando fizeram.

LAMBERT: Exatamente. Parte do entretenimento é chamar a atenção das pessoas. Isso é parte da coisa toda. A apresentação visual faz parte da música. É difícil se sustentar no mercado sem algo chocante.

SHOCKHOUND: Na sua infância, seu pai curtia coisas como Grateful Dead, Bob Dylan e Bob Marley. Você ainda aguenta esse tipo de música?

LAMBERT: Eu cresci ouvindo muito Grateful Dead em casa, sim, mas meu pai também me apresentou a David Bowie. Nós ouvimos muito Bob Marley e Jimi Hendrix, também, e eu amei. Não sou fã de Grateful Dead, pra ser honesto. Eu fico mais intrigado pela cultura e estilo de vida porque se aproxima do estilo do Burning Man.

SHOCKHOUND: É verdade que você teve a epifania pra participar do American Idol em uma de suas ‘viagens’ no Burning Man?

LAMBERT: Não foi bem assim. Eu não estava alucinando com drogas e de repente, “Eu vou pro American Idol!”. Eu espero que eu seja um menos superficial que isso. Mas estando lá eu presenciei um turbilhão de criatividade e expressividade, e fui bem receptivo à experiência. Ela me fez perceber que eu tinha que fazer as coisas por mim mesmo. Foi o pontapé inicial pra eu me inscrever.

SHOCKHOUND: Você já foi capa da Rolling Stone, apareceu no palco com Queen e Kiss, aparece na TV toda semana, e agora você tem um álbum. O que mais você pode fazer?

LAMBERT: Cara, eu só quero continuar fazendo música boa. O álbum nem saiu ainda, e eu já estou pensando: “Não seria legal trabalhar com essa pessoa ou aquela?” Eu já estou pensando no futuro. Sem querer me precipitar nem nada, mas eu já tenho idéias sobre uma turnê e espero fazer logo um show. Tenho muitos amigos com quem quero trabalhar. Conheço dançarinos e músicos que são meus amigos. Eu posso trabalhar com pessoas que conheço há anos. Essa é a graça de tudo isso.

Fonte: ShockHound

Tradução: Walter Cruz

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