Entrevista na BUILD Series em Nova Iorque – 05/09/2019

No ano passado também, em 05/09/2019, Adam foi entrevistado por Lauren Moraski nos Estúdios da BUILD Series em Nova Iorque. Confira a seguir os principais assuntos discutidos:

Conte-me um pouco sobre a música “Superpower”, de onde ela veio e por que você a escreveu.
Comecei a escrever todo o material para “Velvet” há cerca de três anos e meio e tomei esse tempo porque eu queria ter certeza de que o que estava criando era autêntico. Eu queria ter certeza de que o que eu estava criando era unicamente meu, ter meu próprio som, sem seguir tendências, nem conselhos de ninguém. Eu acho que a “Superpower” incorpora toda a mensagem de dizer que meu superpoder está em ser eu mesmo.

Quem é você hoje?
Hoje estou feliz, me sinto muito enraizado. Acabei de fazer outra turnê na América do Norte com o Queen e foi incrível como sempre, especialmente com o sucesso do filme, acho que vimos uma base de fãs muito mais ampla nesses shows, o que foi realmente emocionante e agora estou lançando minha música, então estou feliz.

O que você está pensando quando está cantando essa música (“Superpower”) na sociedade de hoje?
Bem, quando nos sentamos para escrever, escrevi isso com um cara chamado Tommy, trocamos umas ideias e criamos um groove e uma melodia e depois tivemos uma boa conversa sobre o mundo e foi sobre o que ainda continua hoje. Há muitas pessoas que são discriminadas, muitas são excluídas, dizem que não são boas ou suficiente e bullying é um problema contínuo que todo mundo já enfrentou ou conheceu alguém que enfrentou e eu queria escrever uma música para fazer as pessoas se sentirem fortes. Eu queria criar algo que pudesse ser uma espécie de mantra. Um jeito de expressar que eu tenho o direito de ser exatamente quem eu sou, tenho o direito de ser forte. Este álbum tem muitos temas para fortalecer a ideia de ser orgulhoso de quem você é.

Como você descreveria o resto do álbum e como ele se encaixa nesse primeiro single que ouvimos?
Bem, na primeira metade, “Lado A”, definitivamente tem muito ritmo lá, também tem algumas coisas um pouco mais sombrias e também tem uma balada muito comovente.

Hoje seria o 73º aniversário de Freddie Mercury, se ele estivesse aqui, o que diria a ele ou o que perguntaria a ele?
Eu diria, “olá, obrigado pelo trabalho”, mas também perguntaria a ele por que escreveu certas músicas, qual foi a inspiração. Eu gostaria de saber mais sobre sua experiência pessoal porque o que acho que é interessante sobre Freddie é que há alguma mística lá. Ele não fez muitas entrevistas, ele estava presente em um momento em que a moralidade era algo que era um pouco tabu, ele realmente não falou sobre isso na grande mídia ou com os fãs que você conhece, então eu gostaria de saber mais sobre isso. Eu não sei, eu gostaria de acreditar que, se ele ainda estivesse conosco, ele teria sido alguém como Elton John, por exemplo, que confessou ser gay e foi realmente corajoso e sem desculpas com isso e logo criou a fundação de Aids no qual continuou administrando. Eu acho que Freddie teria sido alguém assim.

Você foi um dos primeiros ou o primeiro artista gay em alcançar um álbum número um nas paradas da Billboard. Você sente que há um ônus sobre você, de alguma forma, como continuar esse caminho?
Eu acho que é parte de um legado que eu estou crescendo e me orgulho muito. Eu acho que olhando para a última década na indústria da música, especialmente nos EUA, vimos um crescimento muito rápido de artistas que são gays e agora fazem parte do mainstream, que há sucesso na música para eles. A mesma coisa com atores, atrizes, estou feliz por ter feito parte disso, feliz por ter feito parte dessa onda. No final dos anos 2000, quando saí do American Idol, lembro da primeira vez que vi a capa de uma revista que dizia que amamos esse cara e ele pode ou não ser gay e eu nunca pensei sobre isso. Eu confessei que era gay quando era adolescente, não estava escondendo minha sexualidade de ninguém, por isso foi muito interessante que agora de repente, eu estava sendo assistido na televisão por milhões de pessoas e isso se tornou uma grande pergunta. Quando eu terminei o programa e comecei a fazer entrevistas, novamente isso foi algo sobre o qual eu acabei falando muito e, a princípio, eu definitivamente não estava desconfortável em falar sobre isso, então comecei a perceber os efeitos que tinha, os efeitos positivos que foi dizer: ei, não estou me desculpando por isso, é quem sou e, quando comecei a ouvir de volta os fãs, particularmente os mais jovens, que estavam lutando com sua sexualidade e sua identidade, tornou-se maior do que eu. E foi aí que eu percebi que ser um artista pop tinha tanto valor e foi mais do que apenas a música, e isso foi algo que me fez perceber que a música que eu criaria deveria voltar a isso.

Eu vi você no vídeo da Taylor Swift “You Need To Calm Down”…
Eu estava na Ellen filmando uma performance de “New Eyes” e ela também estava lá e ela veio ao meu camarim e depois de uma conversa ela falou que estava filmando algo em 20 minutos perto do estúdio e me convidou.

Que ano você teve, começando com o Oscar, o que deve ter passado pela sua cabeça quando você estava se apresentando no Oscar?
Eu tive que me acalmar e falar pra mim mesmo que não era grande coisa. Eu cantei essa música com eles tantas vezes, apenas olhei para as luzes, e no final da música quando todas as partes difíceis terminaram, eu olhei na platéia, fiquei tipo oh meu Deus, é loucura, sou um grande amante do cinema e da televisão e assisto muito, então ver muitos atores e atrizes que tanto admiro foi um grande prazer.

Você teve uma participação especial no filme do Queen, faria outra atuação?
Comecei a fazer teatro, então sempre fui ator e musicais foi minha carreira antes de entrar no American Idol, então sempre foi algo que faz parte do meu estilo de performance e eu gostaria de explorar mais um dia.

“Superpower” tem uma mensagem tão poderosa, você se sente otimista sobre mudanças positivas no futuro?
Eu acho que temos que ser otimistas, há muita energia negativa assustadora flutuando ao redor do mundo agora, incluindo nos EUA, o lado positivo disso é que eu acho que isso está despertando as pessoas e está criando um senso de unidade do outro lado e fazendo perceber que temos trabalho pra fazer e que temos que ser fortes e participar mais. Eu espero que, com tudo o que está acontecendo agora, na hora de votar, por exemplo, mais pessoas saiam, votem e façam mudanças.

Eu estava pensando se Pharaoh, seu cachorro, já o inspirou a escrever alguma coisa?
Você ouvirá uma música que eu falo sobre o meu cachorro, porque na época em que eu peguei Pharaoh, tinha começado a trabalhar no álbum.

Você consideraria ir à Broadway em um futuro próximo?
Eu acho que é uma daquelas coisas em que se fosse o projeto certo na hora certa, eu certamente estaria aberto a isso. Eu amo o teatro, é assim que eu cresci, faz parte de mim e eu tenho muitos amigos queridos que estão fazendo teatro aqui em Nova Iorque e é uma comunidade que eu realmente admiro, então acho que se fosse a coisa certa, sim, mas quero criar algo novo que ninguém criou ainda. Eu acho que seria realmente divertido.

Só queria saber se você queria trabalhar com alguém e não teve a chance de participar neste EP e quem seria essa pessoa?
Não, acho que não convidei ninguém que dissesse não e tem muitas pessoas com quem eu adoraria cantar um dueto e quem sabe talvez isso aconteça no “Lado B”.

Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Sandra Saez
Fontes: @laurenmoraski e BUILD Series

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