Tradução da Entrevista de Adam Lambert na GQ Magazine

Confira a tradução da entrevista de Adam a GQ Magazine, incluindo mais duas fotos inéditas que faz parte do photoshoot realizado com Franz Szony:

Adam Lambert: ‘A primeira vez que enfrentei homofobia foi no mundo do teatro’

Toda semana, perguntamos a uma banda ou artista um conjunto de perguntas rápidas que começam com “o primeiro”, desde os primeiros shows e salários até a primeira vez que se apaixonaram. Nesta semana é Adam Lambert, o concorrente do American Idol que se tornou o vocalista do Queen, que cobre tudo, desde a primeira vez que ele ficou bêbado até o que é ser um ícone gay.

Nos dez anos desde que apareceu como um concorrente no American Idol, Adam Lambert conseguiu mais do que a maioria dos músicos faz em uma vida. Desde uma indicação ao Grammy e um papel em um blockbuster de animação (Playmobil: O Filme), até se tornar o primeiro homem americano abertamente gay a liderar as paradas americanas, todas as suas conquistas são impressionantes, mas nenhuma tão extraordinária quanto seu trabalho com o Queen, que o adotou como frontman em 2011. Desde então, Lambert e a banda fizeram uma turnê pelo mundo duas vezes, lançaram um documentário e fizeram uma performance explosiva no Oscar deste ano. Pisar nos sapatos de Freddie Mercury (Adidas brancos) pode não ser fácil, mas como a aclamação da crítica prova, Lambert faz isso com toda a ousadia e confiança que você espera de um dos maiores ícones gays de nossa época. E ele faz isso em pontiagudas botas pretas.

Em homenagem ao lançamento do novo single de Lambert, “New Eyes”, conseguimos pegá-lo durante uma breve parada em Londres, para fazer uma série de perguntas, todas começando com a primeira vez. Desde o drama do ensino médio e a primeira vez que ele se apaixonou, até notícias falsas e seu primeiro show com o Queen, o cantor dá a GQ o insight em todas as suas experiências formativas…

A primeira vez que você percebeu que queria ser músico…
“Quando eu era criança, eu era muito precoce. Eu tinha muita energia, era quase desagradável. Muitas ideias, eu queria brincar de me fantasiar o tempo todo, então me colocaram em uma companhia de teatro infantil. Então eu soube que queria ser uma artista e quando eu tinha 14 anos, fazendo uma produção de “O Violinista no Telhado”, eu tive um grande solo onde eu tive que segurar essa nota muito longa e todo mundo ficou tipo ‘Oh meu Deus, Ele é realmente bom.’ Essa foi a primeira vez que eu percebi que eu era bom em cantar, foi então que eu pensei, ‘Oh, eu gosto disso, talvez eu devesse fazer isso’. Isso foi com coisas de teatro, mas não foi até os meus vinte e poucos anos que me interessei realmente em fazer minha própria música, brincando com o GarageBand no meu computador.”

A primeira vez que você tocou ao vivo com o Queen…
“A primeira vez cantando com o Queen foi na final do American Idol, onde eles foram convidados a tocar. Eu tinha feito o teste com ‘Bohemian Rhapsody’, então os produtores ficaram tipo ‘Oh, isso faria sentido’. Dois anos depois, depois que eu lancei meu primeiro álbum e fiz uma turnê, eles me pediram para vir e fazer um grande medley em uma performance nos EMAs em Belfast. Esse foi o começo.”

A primeira vez que você se sentiu apaixonado…
“Eu tinha 24. Quero dizer, eu definitivamente me apaixonei por muita gente, mas foi a primeira vez que foi recíproco e eu estava em um relacionamento de fato. Eu acho que eu passei por vários amores não correspondidos antes disso, sabe como quando você se apaixona pelo seu amigo e você não diz que está a fim dele… Isso aconteceu comigo algumas vezes, mas propriamente aos 24 anos e foi um relacionamento de dois anos. ”

A primeira vez que você ficou muito bêbado…
“Quando eu era veterano [Ano 13]. Eu era muito bem-comportado no ensino médio. Eu estava envolvido em todas essas atividades extracurriculares, o coral, o clube de teatro. E aquelas crianças não festejavam – não na minha escola. Nós éramos os nerds. Mas eu fui convidado para essa festa, alguém me deu um pouco de tequila e eu bebi muito. Eu fiquei mal. E alguém tinha erva que nós fumamos de uma maçã – era uma festa de ensino médio de verdade, tudo era ruim. Então eu fui para casa, fui para a cama e então me sentei, vomitei em cima da cama e caí no sono novamente. Acordei de manhã tipo “que nojo!”, fui até minha mãe e contei o que aconteceu. Ela disse: “O que você quer que eu faça sobre isso? Vá limpar! Leve para fora e lave com a mangueira’. Então foi uma lição aprendida.”

A primeira vez que você percebeu que as pessoas o viam como um ícone gay…
“Enquanto o Idol terminava, havia toda essa conversa, artigos de revistas sendo escritos sobre ‘ele é ou não é’, porque naquele momento eu não estava no armário – eu estou fora desde que tinha 18 anos – mas não fazia parte do show. Eles nunca me perguntaram, não fazia parte da minha narrativa, não porque eu pedi para não ser ou nada disso, simplesmente não era. E depois houve toda a especulação, fotos que saíram de mim com o meu ex. Naquela época, quando você estava no programa, não podia falar com a imprensa e não tínhamos mídia social. Então, assim que o programa acabou eu falei a respeito na capa da Rolling Stone. Dali, acabou por se tornar parte da minha história. E na época, eu acho que porque não havia muitas pessoas abertamente gays na grande mídia – especialmente na indústria da música, na América de qualquer maneira – foi esse grande negócio. A mídia adorou, era tudo sobre o que eles queriam falar, agora eu sei que era importante. Isso mudou muita coisa para mim e para muita gente. Obviamente as coisas são tão diferentes agora, dez anos depois. Poder ajudar algo maior do que eu, me fez bem”.

A primeira vez que você encontrou homofobia…
“Por incrível que pareça, provavelmente dentro do mundo do teatro. Eu estava fazendo testes para interpretar papeis principais românticos e foi difícil porque havia muita homofobia no elenco. Meu agente dizia: “Bem, eles realmente acham que você é leve demais”. Eu estava tipo “O que isso significa?” E ele disse, bem, significa gay. Foi difícil porque eu estava com meus vinte e poucos anos tentando entrar na minha vida e descobrir quem eu era. E então, ao mesmo tempo, estou tentando conseguir trabalho onde tenho que ser outras pessoas e meio que tenho que minimizar essa parte de mim mesmo. Foi super confuso porque eu senti, “Onde eu posso me expressar?” Essa é provavelmente uma das razões pelas quais eu comecei a me sentir atraído pela música e por ser meu próprio artista: ser capaz de fazer as coisas do meu jeito.”

A primeira tatuagem que você já teve…
“O olho de Hórus do interior do meu pulso direito. Eu fiz em um estúdio de tatuagem em LA, logo antes de ir no American Idol. Um pouco de proteção antes que as pessoas me vissem na TV.”

A primeira vez que você deu um soco e quis fazer isso…
“Eu realmente não sou um lutador, mas eu entrei em algumas brigas. A primeira grande e verdadeira briga em que me meti foi no ensino médio e acho que isso foi justificado. Eu estava na EF, havia um garoto que era meio briguento e começou a assediar minha melhor amiga, a garota com quem eu estava na aula. De qualquer forma, ela o dispensou e ele deu um tapa no rosto dela. Fui criado para acreditar que você não bate em uma garota. Quero dizer, não bata em ninguém, mas um homem bater em uma mulher não é legal. Eu fiquei tão bravo. Foi a primeira vez que senti raiva, como aquela sensação de fogo no meu peito. Eu estava no piloto automático, foi primitivo, caminhei em direção a ele, nem sabia o que estava fazendo. Ele disse “Oh, o que você vai fazer?” E eu parti pra cima dele. Eu acertei a cara dele e me senti muito bem. Minha professora de educação física – que eu suspeito que poderia ser gay – disse que não ia me entregar porque ela sabia que o cara era um idiota, “Mas você não pode contar a ninguém que eu disse isso.”

O primeiro disco que você comprou…
“Eu acho que foi da Mariah Carey, “Emotions”. Ah, e nessa mesma viagem, acho que também comprei o do Wilson Phillips, que é super aleatório”.

A primeira coisa que você faria se fosse presidente…
“Eu faria lobby para aprovar mais leis para tentar proteger as pessoas um pouco mais. Proteger contra certas coisas, como discriminação e crimes de ódio, por causa da homofobia e do racismo, seja tentar passar mais leis ou implementar procedimentos para punir aqueles que o fazem. Eu tentaria combater isso com muito esforço.”

A primeira vez que você leu uma notícia falsa sobre você…
“Que eu estava namorando Sam Smith…”

A primeira vez que você torrou um pagamento em frivolidades…
“Oh, toda vez. Eu gosto de gastar dinheiro. Eu gasto muito em roupas e moda. Eu recentemente me envolvi tanto com as compras online. É perigoso! Muito fácil. Eu adoro um terno Dolce & Gabbana porque me serve muito bem. Gosto muito de Marc Jacobs, da nova Gucci, adoro a alfaiataria de McQueen. Meu gerente de negócios, na verdade, teve que me dizer para controlar os gastos com roupas há alguns anos.”

A primeira vez que você ficou “fascinado”…
“Quando eu conheci Madonna e foi porque eu cresci a assistindo, então foi tão bizarro, tão surreal conhecê-la como adulto. Foi realmente uma viagem. Ela é um ícone, uma parte da minha experiência na cultura pop quando criança, sabe?”

O primeiro karaokê que você cantou…
“Foi Elvis. Meus pais me deram uma máquina de karaokê de cassete dupla um ano e minha avó insistiu que eu tivesse “The Hits Of Elvis Presley”. Então, eu aprendia essas músicas, como “Hound Dog” e “Don’t Be Cruel”, e anos depois descobri que não era Elvis, mas um cantor de estúdio.”

A primeira vez que você montou um figurino para o palco…
“Eu estou sempre com um figurino de palco. Lembro-me de ser criança e ter passes de temporada para o SeaWorld em San Diego. Havia um show com tema de mansão assombrada com leões-marinhos e lontras. Eu insistia em usar essa capa toda vez que fosse. Quando eu era criança, é como se eu quisesse que todos os dias fossem o Dia das Bruxas e quando o Dia das Bruxas rolava – isso é super americano – era meu dia sagrado.”

A primeira pessoa que você ligaria se estivesse em apuros…
“Minha mãe. Bem, na verdade, a essa altura, eu provavelmente gostaria de poupá-la do susto, então eu poderia chamar outra pessoa, como um colega de trabalho, só para poupá-la do pânico.”

Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Stefani Banhete
Fontes: @BritishGQ, GQ Magazine e @HanaFris

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