[REVIEW] Corrientes Primero: Queen e Adam Lambert são coroados em Barcelona (Barcelona, 11/06)

Queen e Adam Lambert são coroados em Barcelona

Houve um momento definitivo na noite de domingo NO Palau Sant Jordi de Barcelona. Depois das 6 primeiras músicas do concerto, Adam Lambert estava na frente da passarela que entrava na área do público que estava presente.

por Sergi Ramos

Acabara de interpretar uma ótima “Killer Queen”, uma dessas músicas tipicamente Queen, com harmonias tipicamente Queen e com jeito tão tipicamente Mercury que não passa pela cabeça pensar que outra pessoa pode sequer tentar cantá-la.

Lambert se dirige ao público e fala: “Eu sei o que vocês estão pensado… Oh, ele não é Freddie Mercury”, disse em tom de brincadeira, verbalizando o que uma grande parte do público está pensando. “Não, droga!” enfatiza antes de dizer: “Isso é impossível porque Freddie Mercury é único!”. O público entra em êxtase. A partir desse momento o concerto deixa de ser um tributo com os resquícios de Queen e um vocalista hábil e passa a ser uma celebração festiva e emocionante do legado de Queen perante 9.000 fervorosos fãs. Um pequeno show de respeito por Freddie, um comentário para dizer ao público para não se equivocarem, que por estar no palco ele não pensa que seja Freddie. Com isso, o bom de Adam Lambert é que conquistou o público que ainda tinha dúvidas sobre ele.

O show de 2 horas e 20 minutos de duração, começou um pouco mais tarde do que o previsto. Faltavam poucos minutos para as dez da noite, quando a banda pisou no palco com um cenário renovado e espetacular e com a energia contagiosa. Com uma forma de guitarra cujo o braço era uma passarela central e com vários elementos móveis como telões semi circulares e plataformas hidráulicas, o palco estava bem diferente do palco simples dos concertos de Wembley, por exemplo. No entanto, Brian May, guitarrista lendário e líder da banda desde a morte de Freddie, sabe que o público precisa de algo para olhar e se maravilhar.

Com algumas novidades no setlist, o show foi bastante variado com relação ao de dois anos atrás, de modo que quem voltou não se sentiu enganado, embora as novidades fossem maiores no visual do que no musical. A

O começo com “Tear It Up” foi uma explosão, seguido pela antiga “Seven Seas Of Rhye” e “Tie Your Mother Down”. Havia falta de energia entre o público. Tudo mudou com a dissertação de Lambert sobre seu papel na banda, que veio depois de “Play The Game”, “Fat Bottommed Girls” e a eterna “Killer Queen”. A partir de entãoo, a festa chegou com “Don’t Stop Me Now”.

Lambert, por sua vez, passeia no palco como se fosse seu, ginga, dança e faz suas músicas com autoconfiança e maestria. Posso pensar em poucas vozes e intérpretes na atualidade melhores que Adam para dar às pessoas algo próximo da experiência do Queen. Embora há 2 anos Lambert ainda estava contaminado pela síndrome do excesso de vocal que estimulam certos programas de TV como o que lhe deu popularidade, agora ele tem sido mais fiel às linhas vocais e espíritos que originaram as músicas, porém sem perder sua própria identidade como vocalista.

Na parte central do concerto houveram momentos de brilhantismo pessoal com grandes sucessos e temas menores do repertório da banda. Houve espaço para que Roger Taylor tivesse seu momento de glória cantando “I’m In Love With My Car” e realizasse uma batalha de bateria com Tyler Warren que surpreendeu pela capacidade de competir com o baterista de 68 anos. Houve espaço para que Adam Lambert cantasse “Lucy” de seu trabalho solo, que originalmente teve a colaboração de Brian May – um tema muito anos 80, a propósito. E houve espaço para que Brian May fosse à ponta da passarela fazer o seu passeio e apresentar uma emotiva “Love Of My life”, que encheu muitos olhos d’água quando Freddie Mercury apareceu no telão para cantar a última parte da música. E outros hits como “Another One Bites The Dust”, “I Want It All” (antológica), “Somebody To Love”, “Crazy Little Thing Called Love” e uma emotiva “Under Pressure” cantada em dupla por Lambert e Taylor, que nos lembrou que nenhum dos cantores que a imortalizaram está entre nós.

Embora todo o show do Queen seja uma avalanche de hits populares, a parte final é sempre especialmente densa. “I Want To Break Free”, com uma bola de espelhos gigante sobre o palco, foi épica. “Who Wants To Live Forever” nos arrepiou e até o solo de Brian May com “Last Horizon” e boa parte de “Brighton Rock” foram bem-vindos. O trio final, com “The Show Must Go On”, interpretada impetuosamente por Lambert, a inevitável “Radio Ga Ga” com um mar de mãos fazendo o clássico ritmo do coro, e a eterna “Bohemian Rhapsody” serviram para encerrar a trama principal do show.

Após um descanso de 5 minutos, Freedie apareceu no telão para jogar com o público com a clássica interpretação vocal do concerto de Wembley. Novamente, as lágrimas e as vozes em coro se misturaram em partes iguais. No final definitivo, com “We Will Rock You” e “We Are The Champions”, Lambert com sua coroa passeando com seu Glamour no palco, foi uma viagem em um passado não muito distante que ninguém pode imitar melhor dos que aqueles que estavam ali, originalmente. Os cumprimentos finais, com a banda de apoio comandada por Spike Edney, Lambert e por último May e Taylor com o maior dos aplausos encerrou-se uma grande noite de domingo. Nem Stones, nem U2. Apenas o Queen tem um repertório de hits tão fixados no imaginário coletivo. Além do mais, mesmo que você tentar, conscientemente, não seguir a carreira da Banda, vai acabar cantando a metade do que foi apresentado neste show. É impossível não fazê-lo.

Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Raquel Manacero
Fonte: Corrientes Primero

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