Review by Houston Press do Show Queen + Adam Lambert em Houston (TX, EUA) – 05/08

Confira a review do “Último” Show da Turnê Norte-Americana de Queen + Adam Lambert realizado em Houston (T, EUA) em 05 de Agosto, feita por Bob Ruggiero do Houston Press:

Queen + Adam Lambert se banham na glória do Classic Rock com um toque de teatralidade

Com o perdão do grande Curtis Mayfield, vamos deixar uma coisa clara: Freddie está morto.

Sim, foi isso que eu disse.

Então para os críticos e pessimistas do Classic Rock que choram e criticam que qualquer grupo de apresentação chamado “Queen + Adam Lambert” não é o “verdadeiro” Queen, e que Adam Lambert do American Idol não é Freddie Mercury, tem pelo menos um cara que meio que concorda com vocês: Adam Lambert.

“Eu sei que têm uns fãs por aí que estão dizendo que eu não sou Freddie Mercury. Bem, não, m****, eu não sou”, disse Lambert ao público durante uma pausa na música quando ele falou sobre a influência do insubstituível vocalista da banda, agora morto há mais de vinte e cinco anos.

Isso não pareceu ser problema nenhum para ninguém que estava lá, que apesar disso ainda tinha metade da banda original (o guitarrista Brian May e o baterista Roger Taylor), um vocalista carismático e talentoso por si só, e uma incrível banda de apoio juntos prestando um tributo ao incrível catálogo da banda, e fornecendo emoções mais do que suficientes por mais de duas horas. E – como prometido na música (“We Will Rock You”) – eles arrasaram mesmo com a gente.

As coisas melhoraram rápido com “Fat Bottomed Girls”, e o espetáculo de Lambert combinou com sua ousadia. Sem mencionar suas pelo menos seis trocas de roupa ao longo do show, um cinto de couro, brilhantes, camisetas de corações, combinações de prata e roxo, e jaquetas chamativas. Freddie certamente teria aprovado.

“Freddie era bem um fashionista, e eu quero ser também. Eu estou aqui nesse terno gay pra caramba”, brincou Lambert. O cantor, que se abriu sobre sua homossexualidade e exibiu sua maquiagem pesada e cabelo alto, suas marcas registradas, passando facilmente de machão para afeminado, se exibindo ao longo do show com estilo e extravagância, e foi perfeito. E Lambert consegue sempre alcançar aquelas notas altas impossíveis.

No meio de “Bycicle Race”, ele andou com um triciclo rosa pela passarela enquanto jogava rosas e cantava ao microfone. No geral, Lambert foi bem mais compatível com a música e o palco do que quando May e Taylor saíram em turnê há uns anos atrás como “Queen + Paul Rodgers”, com o vocalista da Bad Company. Esse show misturou músicas das duas bandas, mas pareceu um casamento arranjado entre duas bandas que se gostavam pouco.

Na verdade, a passarela com formato de braço de guitarra que se estendia até bem no meio do show trouxe a banda para mais perto de sua plateia tanto fisicamente como no show. Foi melhor utilizado quando era apenas Lambert, May e Taylor por algumas músicas, brincando uns com os outros com elegância e camaradagem.

Os dois membros originais do Queen supreendentemente mostraram fortes vocais também: Taylor com a poderosa e elétrica, porém infelizmente chamada “I’m In Love With My Car”. E May – com apenas um violão acústico e um banco no final da passarela – gentilmente ofereceu “Love Of My Life” enquanto deixava um vídeo de Freddie Mercury terminar a canção.

Foi de fato um momento extremamente tocante que claramente emocionou o guitarrista, não importa quantas vezes isso já tenha sido apresentado (Houston foi a última parada de uma turnê de 26 cidades norte-americanas). A passagem de tempo foi bem visual – A explosão de folículos de
May que pareciam um velho Charles Dickens inglês – a peruca do juiz, e a barba grande e cabelo de Taylor grisalhos.

Mas eles tocaram com uma energia e vigor que engana sua idade, especialmente durante suas partes solos quando eram apenas eles e seus instrumentos. O público claramente tinha uma profunda empatia pelos dois, e May até conversou com a plateia e tirou uma “selfie estereofônica” da plateia inteira.

Outros pontos altos incluíram a clássica do rock e favorita do público “Crazy Little Thing Called Love”, uma poderosa e imperativa “Under Pressure” (a qual Taylor dedicou a David Bowie, que memoravelmente cantou com Mercury na versão original), e a melhor demonstração vocal de Lambert da noite em “Who Wants To Life Forever”. Eu já mencionei que você consegue ouvir todos as distintas faixas de solos de guitarra de Brian May sendo tocadas impecavelmente pelo Brian May? Apesar disso o baixista original John Deacon, que não sai mais em turnê, fez falta pela sua batida sem igual em “Another One Bites The Dust”.

Uma nota particular tem que ser dada para os incríveis efeitos especiais e como eles realmente contribuíram para o visual do show. O inocente-porém-aterrorizante robô da capa de “News Of The World”, criado por Frank Kelly Freas (baseado na capa de uma ficção científica barata dos anos 50) apareceu para quebrar paredes e levantar de verdade May para o alto enquanto ele mandava um solo longo e acrobático. Lambert também cantou “Killer Queen” do topo de um grande suporte da cabeça do robô que apareceu debaixo do palco.

Planetas e estrelas também fizeram May (na vida real também um Ph.D. – em astrofísica!) aparecer como se ele estivesse tocando no cosmos, enquanto outras animações impulsionaram outras músicas. E tiveram mais lasers que eu já vi desde os antigos shows de sexta à noite do Pink Floyd no Burke Baker Planetarium nos anos 80.

Claro, todo mundo gritou em “Bohemian Rhapsody” com… bem… uma rapsódica recepção e o hino mais bombástico do Queen fez a plateia cantar tão alto quanto Lambert. E com o famoso vídeo do Queen para a faixa sendo reproduzido/ouvido durante a parte do meio, e Lambert e um vídeo do retorno de Freddie Mercury revezando as linhas na última estrofe, foi ao mesmo tempo um retrocesso e uma coisa legal de ouvir. Como pudemos ver, May mandou um solo depois de ser levantado debaixo do palco vestido com uma capa prata no estilo Rick Wakeman.

Um frenético bis reuniu “We Will Rock You”, “Tie Your Mother Down” e uma excepcional “We Are The Champions”. E enquanto os estádios esportivos e comícios de escola podem ter roubado o uso dessas músicas, eles proporcionaram uma inegável emoção para ouvir dentro do estádio de um show de rock.

Então sim, Freddie está morto. Mas Queen + Adam Lambert não é um tributo glorificado ou um casamento musical pecador. E se você ainda reclama e critica, “Eu não estou – como o título da música solo de Adam Lambert tocada na lista – nem aí” (I don’t give “Two Fux”).

Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Lucas Vinícius
Fonte: Houston Press

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