Tradução da Entrevista de Adam Lambert na Revista FLAUNT – Jun/2017

Já publicamos aqui as fotos do ensaio de Adam Lambert para a Revista FLAUNT da edição de Junho. Agora confira a tradução da entrevista realizada com ele, publicada no site da revista, que deve ser a mesma constante na versão da revista impressa:

Adam Lambert

Antes que Adam Lambert possa se sentar na calçada de um café no Arts District, no centro de LA, ele é cumprimentado por um trio de rapazes de 20 e poucos anos em uma mesa próxima. Infelizmente, não é o nome dele. Eles o chamam de Adam Levine. “Isso acontece de vez em quando porque ambos somos Adam L.”, Lambert diz, rindo da situação. “Mas isso me mata, porque aparentemente, ele não sabe quem eu sou.” Espere um pouco. O vocalista do Maroon 5 e jurado do The Voice não sabe quem Adam Lambert é? Mas eles estão nos pop charts juntos e até dividem um produtor – o hitmaker sueco Max Martin – Como isso pode acontecer? “Uma vez no The Voice, alguém cantou ‘Whataya Want From Me’”, Lambert explica, se referindo ao seu hit indicado ao Grammy de 2010, “e Adam Levine disse, tipo ‘Eu não sei quem originalmente cantou isso, mas você cantou melhor’.” Uau, isso foi um golpe duplo. “Foi uma alfinetada bem discreta”, Lambert concorda. “Mas também foi meio engraçado.”

Se há alguém que aprecia um pouco de humor em seu estrelato pop, esse alguém é Lambert. “Eu adoro um pouco de ironia e momentos divertidos”, diz o cantor. Isso se aplica ao seu estilo pessoal também. Hoje ele está tendo um “momento outonal com tons de terra” usando “calças de zelador” largas cor de azeitona, uma camisa com estampa de borboletas, um trench coat cor de cobre e óculos aviador cor de lava. “É muito fácil para artistas, eu mesmo incluído, serem super emo com as canções que escrevem e ser muito profundos e obscuros. E há espaço para isso”, devaneia Lambert, que primeiro sentiu o gosto dos holofotes atuando em musicais em sua cidade de origem, San Diego. “Mas às vezes eu sinto que falta comédia. Especialmente neste momento, nós precisamos de músicas que vão fazer as pessoas escaparem e passar por esse momento político tão estranho em que nós estamos.”

O gosto de Lambert por não levar a si mesmo muito a sério é parte do que o faz tão perfeito para seu contínuo trabalho de meio período: substituir o grande Freddie Mercury na banda de rock Queen. Depois de uma turnê esmagadora em 2014-2015 que os levou de Saskatoon, no Canadá até o Rio, no Brasil, Queen + Adam Lambert vão se reunir neste verão para uma turnê de 25 datas pela América do Norte. “Freddie foi um deus e é uma honra carregar a tocha dele para essa era”, diz Lambert, que se apresentou com os membros do Queen pela primeira vez em 2009, na final do American Idol, o programa que apresentou Lambert ao mundo. “No começo eu estava intimidado e preocupado, tipo ‘Os fãs do Queen vão me aceitar? Eu sou capaz de cantar todas essas músicas?’ Mas aos poucos eu fiquei mais confortável. Para essa turnê, nós temos o desafio de reinventar o show com músicas, arranjos e brinquedos de bandas de rock diferentes, como efeito de luzes, chamas e conteúdo em vídeo. E é claro, eu vou mergulhar no aspecto fashion também.”

A regra de ouro para Lambert, em relação a montar seu figurino com o Queen é ‘O que Freddie faria?’ “Eu quero que o visual combine com a música e seja um pouco retrô”, ele explica antes de mostrar a foto de um par de botas plataforma Balenciaga estilo anos 70 em seu iPhone, que ele recentemente comprou online. “Eu comprei as prateadas e elas são incríveis”, ele diz “Agora eu quero as de pele de cobra.” Lambert, no entanto, traça a linha no bigode “Para ter esse look, os pelos precisam crescer sobre o lábio”, ele explica, “É m pouco sujo para mim.”

O fato de que Lambert é abertamente gay também acrescenta ressonâncias. “Isso meio que completa a equação”, ele diz. “Uma das coisas que fizeram Freddie especial, era essa parte de sua personalidade e se ele estivesse vivo hoje, eu tenho a sensação de que ele seria assumido e orgulhoso, sem ligar a mínima. Isso inspirou algumas de suas músicas. Tanto se ele estivesse brigando com essa parte de si mesmo, ou se ele fosse aberto e orgulhoso disso, eu não acho que ele seria o artista dinâmico que ele era se ele não tivesse esse conflito em sua vida.” Mercury morreu de AIDS em 1991, algo que Lambert discutiu bastante com May e Taylor. “Eu realmente escavei seus cérebros sobre as experiências deles com Freddie”, ele diz. “Naquela época, as pessoas não sabiam muito sobre a doença, mas eu ouvi deles que Freddie tinha uma atitude tipo ‘Eu não vou deixar isso arruinar a minha vida.’” Lambert pensa nesse desafio sempre que canta a power-balad do Queen, “The Show Must Go On”, que foi lançada como single apenas seis semanas antes da morte de Mercury. “É tão pungente e dramático, porque toda a letra é tipo, ‘Eu tenho que continuar. Eu não vou deixar isso me impedir’ e para fazer isso funcionar, eu meio que tenho que chegar a esse ponto.” Lambert diz “Cantar essa música toma tudo de mim. Às vezes eu estou zonzo quando ela acaba.”

Com o lançamento de seu álbum “Trespassing”, em 2012, Lambert se tornou o primeiro artista abertamente gay a ter um álbum em primeiro lugar nos Estados Unidos. Claro, Elton John, Ricky Martin e George Michael tiveram álbuns em primeiro lugar antes dele, mas eles ainda estavam no armário. “Quando eu ouvi sobre essa estatística, isso meio que me surpreendeu”, ele admite. “É algo bem incrível para eu contar ao meu sobrinho ou afilhado, algum dia.” Ele considerou se fingir heterossexual ou ser o tipo “eu não falo sobre isso” de celebridade? “Desde o início eu nunca pensei em tentar esconder ou mentir sobre minha sexualidade”, ele diz “Eu gosto tanto de rapazes que não acho que conseguiria manter isso em segredo. Eu sou muito franco no que diz respeito a quem estou interessado.”

No assunto do tema paralelo dessa edição, coração partido, o atualmente solteiro Lambert, admite que “vinho e erva” frequentemente o ajudam a lidar com um coração partido, “É um equilíbrio delicado”, ele avisa. “Exagerar pode te empurrar ainda mais para a escuridão.” Lambert acrescenta que para ele é tão fácil ficar de coração partido por um desapontamento profissional, quanto por um romântico. “Eu me dedico tão completamente ao meu trabalho que se um resultado não corresponde ao que eu esperava, isso me afeta muito”, ele admite. “Sendo um artista, você meio que fica obcecado pela sua jornada, sua carreira. Se você é motivado, o que você tem que ser, você está sempre procurando pelo que fazer em seguida e é difícil se sentir satisfeito. Então, eu comecei a me desafiar a apreciar mais o lugar onde eu estou agora.” Tocar para multidões de dedicados fãs do Queen ajuda com isso, ao oferecer um alívio para as pressões da sempre mutante indústria da música? “Isso é um bom jeito de colocar, sim.” Ele diz. “É meio que a prova de falhas.”

E quando eles estiverem na estrada outra vez neste verão, ele terá vários encontros com seu atual sub grupo de fãs favorito: Comissárias de bordo. “Elas são sempre muito gentis comigo”, ele diz. “Eu acho que é porque elas veem meu nome na lista de passageiros antes.” Elas o mimam com vantagens especiais como bebidas ou cookies ilimitados? “Geralmente é a grande garrafa de água, que é tipo muito sagrada em aviões”, ele explica. “Quando eu peço, elas geralmente dizem, ‘Não, mas eu posso encher seu copo novamente.’ Mas se eu conseguir encantar a comissária certa, ela vai me dar a garrafa toda.”

Engole essa, Adam Levine.

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Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Stefani Banhete
Fontes: @FlauntMagazine e FLAUNT

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3 Comments

  1. Quem é Adam Levine?

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  2. Mas se eu conseguir encantar a comissária certa, ela vai me dar a garrafa toda.”
    Ele sabe do poder que tem com as mulheres! ???

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  3. Adam é tão sem estrelismos que parece alguem próximo, um amigo que conversa sobre “o tempo e o vento” …sempre maravilhoso esse ser humano!

    3

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