[ENTREVISTA] VEJA: Adam Lambert, de reality ao microfone do Queen

Embora esta entrevista de Adam Lambert concedida ao site da Revista VEJA seja datada de setembro/2015, é muito interessante revê-la. Confira:

Entrevista: Adam Lambert, de reality ao microfone do Queen

Cantor americano que se apresenta na noite de abertura do Rock in Rio fala sobre a inspiração vinda de Freddie Mercury: ‘Ele era livre’

Em 2009, Adam Lambert, na época com 26 anos, conseguiu uma vaga no disputado reality show American Idol ao entoar na primeira audição a música Bohemian Rhapsody, um dos hinos do Queen, sua banda favorita. Ao longo do programa, o jovem de franja emo e espinhas no rosto cresceu, ganhou espaço e foi alvo de comoção quando perdeu a disputa e terminou em segundo lugar. Contudo, o cantor americano é mais um dos casos de perdedores que, na verdade, saíram ganhando – caso de outros como One Direction (terceiro lugar no The X Factor) e Jennifer Hudson (sexta posição no American Idol e, mais tarde, vencedora do Oscar).

Hoje, Lambert se divide entre a carreira-solo e o cobiçado e temido lugar de vocalista do Queen, espaço antes ocupado pelo icônico Freddie Mercury. “No começo, foi bem assustador”, diz o cantor sobre o trabalho ao lado dos integrantes Brian May (guitarra) e Roger Taylor (bateria). A formação “Frankestein” da banda tem viajado o mundo e arregimentado multidões, caso do Brasil, que recebe três shows do grupo. O primeiro ocorreu em São Paulo, no dia 16, em um Ginásio do Ibirapuera lotado. O próximo será nada menos que o show principal da noite de abertura do Rock in Rio, nesta sexta-feira, dia 18, seguido por uma apresentação no Ginásio Gigantinho, em Porto Alegre, em 21, segunda.

No intervalo das gravações do programa MTV MÓV3L, episódio que vai ao ar com Lambert no dia 7 de outubro, o cantor conversou com o site de VEJA. Confira:

São inevitáveis as comparações entre você e Freddie Mercury. Sentiu algum receio de assumir o posto de um dos vocalistas mais marcantes da história do rock?
No começo, há três anos, quando começamos, eu logo pensei: “Deus, o que os fãs vão achar disso?”, “Será que eu consigo?” e “A banda vai me aceitar?”. Todas estas perguntas passaram pela minha cabeça e, depois dos primeiros shows, eu respirei aliviado e pensei: “Ok, os fãs aceitaram. A banda e eu nos damos bem”. Mas no começo foi sim, bem assustador.

Se identifica com Mercury?
Segundo os rapazes da banda, eu e ele temos um senso de humor parecido. É o que me dizem. Temos uma ideia parecida de humor e não nos levamos muito a sério.

Você surgiu no American Idol cantando uma música do Queen. A banda e Mercury foram uma inspiração para o começo da sua carreira?
Sim, totalmente. Quando eu comecei a ouvir canções de rock dos anos 1970, percebi o quão livre Freddie era. Ele era um showman e tanto. Pelo que vejo em fotos e vídeos, ele parecia sempre fazer o que tinha vontade. Era muito impulsivo e independente. Essa atitude dele foi muito inspiradora para mim.

Qual sua primeira memória do Queen?
A música Bohemian Rhapsody cantada pelo elenco do filme Quanto Mais Idiota Melhor. Eu tinha uns nove ou dez anos quando o filme foi lançado e ainda não conhecia o Queen. Quis saber que banda era aquela. Foi então que passei a prestar mais atenção e logo descobri We Will Rock You e We Are The Champions, que são músicas comuns em eventos esportivos nos Estados Unidos.

O rock tem vivido um momento fraco, mesmo assim você apostou no estilo em um reality show e chegou perto da vitória. Tem esperanças de que o rock volte a ter força na indústria musical?
Realmente é um estilo que não anda muito popular, especialmente nas rádios, como era antigamente. É uma pena. Para mim, o melhor rock é o que foi produzido no passado. O rock da era clássica, entre os anos 1960 e 70. O cenário alternativo dos anos 1990 também me agrada. Mas, infelizmente, é um estilo em baixa. Uma pena. Eu tenho esperança sim de que ele volte à tona.

Roger Taylor disse que os shows do Queen no Brasil podem ser um dos últimos da banda. Ele falou sério?
Ah, você vai ter que falar com ele. Não sei de nada (risos).

Por quanto tempo continuará com o Queen?
Os próximos quatro shows depois do Rock in Rio são tudo o que temos na agenda por enquanto. Então, quem sabe o que o futuro nos reserva. Não sei.

Freddie Mercury se tornou um ícone gay e você também tem desempenhado esse papel. Acha que o rock está mais receptivo que outros estilos para artistas abertamente homossexuais?
Depende. Cruzar esse limite ainda é complicado. Acho que no caso do Queen, para mim, foi mais confortável, porque o Freddie era. Porém, ele não era um gay assumido. Só depois que ele morreu que as pessoas descobriram de fato que ele era gay. Vivemos agora um tempo interessante. Parece que a cada dia a aceitação aumenta e as pessoas têm a mente mais aberta. Pois somos todos iguais. Somos todos seres humanos, temos os mesmos sentimentos. Todos queremos amar e ser amados. E essas ideias e sentimentos universais podem ser cantados por gays e héteros. Somos todos humanos. Tanto que meu hino do Queen é Somebody To Love (alguém para amar, em tradução literal). Espero por alguém… alguém por favor (risos)!

Autoria do Post: Josy Loos
Fonte: VEJA

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