Entrevista na Rádio FG, Paris (França) – 06/10

Adam Lambert e DJ Cells da Rádio FG

No início de outubro (06) Adam Lambert foi entrevistado pelo locutor Antoine Baduel da Rádio FG de Paris (França), durante o seu programa “Happy Hour”.

Antoine: Não muito conhecido na França a alguns meses, Adam Lambert agora invadiu as rádios e suas playlists com “Ghost Town”. É com muito prazer que trazemos o Adam Lambert para o show especial de hoje à noite, porque existe muitas coisas para conversar com esse artista atípico; engraçado, talentoso e etc. Então Adam, eu falei para ele: A França acabou de lhe descobrir, mas você foi revelado pelo American Idol e com o tributo ao Queen. Então o que você tem a dizer para nossos ouvintes? Se apresente!

Adam: Eu estive aqui na França algumas vezes, e em todas elas aprendi algo novo! Não falo isso para ser politicamente correto, mas Paris é uma cidade maravilhosa! Todas às vezes que venho aqui fico encantado. Os prédios, a história, a arte… tudo é misturado e me inspira muito!

Antoine: Como pronuncia seu nome?

Adam: Eu gosto da pronúncia francesa, o som é mais bonito!

Antoine: Ótimo! Adam Lambert é nosso convidado para o Happy Hour.

Locutora: Hoje à noite, Antonie Baduel recebe o Adam Lambert.

Antoine: Hoje, eu tenho o prazer de estar com o cantor Adam Lambert. Ainda não sei se pronuncio Lambèèèrt, porque soa muito francês, ou Lambert. Ele canta música pop e faz o estilo glam rock. O cantor já tem uma longa trajetória: descoberto pelo American Idol, até descobrir sua fórmula mágica, um pop melódico cheio de energia misturado com Deep House. Seu single “Ghost Town” é arrebatador! Hoje Adam Lambert é meu convidado no nosso Happy Hour. Boa noite, bem vindo a Rádio FG.

Adam: Boa noite.

Antoine: Os ouvintes acabaram de ouvir “Ghost Town”, o som é muito diferente do que você costumava fazer. É um mix de pop com Deep House. O que te levou para esse lado, porque antes sua música soava mais para o Rock né?

Adam: Sim, é verdade. Quando saí do American Idol, eu estava bem no clima do glam rock. Eu sempre fui inspirado nos artistas antigos que era mais teatral. Eu mesmo, quando mais novo, fiz muitos musicais. Então quis trabalhar inicialmente com essa linha. Mas ao longo desses 6 anos, eu comecei a ouvir algo mais diferente, o electro. E quis fazer música que refletisse minha vida real e não mais uma caricatura. Quando eu estava trabalhando em “Ghost Town”, a parte vocal junto com a guitarra estava soando muito melancólica, quase triste. Então quando ouvi juntamente com meus produtores a gente achou “hummm sim, mas ainda não está perfeito. A letra está ótima, a melodia também, mas tem algo que não está funcionando”, foi quando pensei que talvez a gente devesse adicionar um pouco de house music dos anos 90. E duas semanas depois, a gente tinha essa versão, que me fez cair da cadeira.

Antoine: É muito interessante porque tem um pouco de influência do rock, algumas faixas bem pop, profundas, melancólicas, mais cativantes… Há muitos lados de sua personalidade artística. É como se você tivesse duas faces. Como você explica isso? É o reflexo dos altos e baixos que enfrentamos na vida?

Adam: Exatamente. Há definidamente uma parte de mim que gosta de ser mostrado, um pouco exibicionista. Todas as bandas de Rock que eu estava escutando, incluindo o Queen, tem influenciado esta parte da minha personalidade. Mas nesse álbum, eu tive a oportunidade de ir mais fundo, mais sutil, mas íntimo. É como se eu tivesse cantando no pé da orelha das pessoas que estão ouvindo.

Antoine: Então agora com esse single “Ghost Town”, você tem um ponto em comum com alguém que amamos nessa rádio, a Madonna. Além claro da sua paixão pela moda que também é um ponto em comum com ela. Quanto isso influencia no seu personagem e na sua música?

Adam: Quando você é criança, sempre gosta de se vestir. E sempre foi assim comigo. Eu sempre estava vestindo alguma fantasia! E agora isso se tornou minha vida.

Antoine: A gente lhe descobriu no American Idol, um programa de TV. Mas também existe a internet, o YouTube… que vem revelando muitos talentos e impulsionando muitas careiras. Você acha que sem essas novas mídias, você teria feito esse sucesso?

Adam: Essa é uma ótima pergunta. Acredito que as coisas estão mudando. Quando eu participei do American Idol, o Spotify ainda não existia, YouTube existia, mas poucos artistas usavam. É verdade que agora os artistas estão explorando muito mais essas tecnologias. Sou muito grato ao American Idol porque foram eles que me introduziram na indústria musical. Hoje em dia menos pessoas estão assistindo ao programa, então não tenho certeza se teria o mesmo poder se eu tivesse aparecido no programa do ano passado.

Antoine: Nós veremos o Adam Lambert no palco do Le Grande Palais em Paris pela primeira vez, no próximo dia 19 de Novembro. Agora tocando “Ghost Town”, seu novo single que ele irá cantar com toda certeza nesse show.

[“Ghost Town” toca na rádio]

Antoine: O fenômeno mundial, Adam Lambert, que estará pela primeira vez em cima do palco na França no dia 19 de Novembro ao lado do Jess Glynne e Anna Aclan. Corram para comprar seu ingresso. Falando sobre seu novo álbum, “The Original High”, que é bastante diversificado musicalmente. Conta para a gente o que você queria dizer quando estava produzindo esse álbum.

Adam: Eu queria algo que fosse um pouco mais honesto, mais sensível, algo que viesse mais do coração, em comparação com os outros que fiz no passado. Eu queria focar menos no conceito e ter mais realidade. Queria algo que parecesse comigo, por exemplo: o que acontece na noite de Hollywood – onde eu moro – ou em Nova Iorque, quando se vai para uma boate com amigos, curtindo e bebendo, acordando na manhã seguinte e fazendo tudo novamente…

Antoine: Você falou que o álbum é muito pessoal. Você quis expor momentos diferentes da sua vida? Os bens e os males?

Adam: As coisas não são pretas e brancas. Nos não somos 100% tristes, nem 100% alegres. Existem vários tons de cinza entre eles. O álbum é sobre isso! Em cada música tem um tom. Por exemplo: em “Ghost Town”, a atmosfera é bem melancólica, de desilusão, sensação de vazio, um verdadeiro questionamento sobre o mundo. E em seguida vem uma parte que você quer dançar! Para fazer coexistir esses sentimentos contraditórios juntos em uma só canção. E isso é vida!

Antoine: Você é abertamente gay! É muito corajoso se assumir assim. A cultura e cenário musical gay inspira seu trabalho?

Adam: Eu venho de boates. Passo a maioria dos meses entre Los Angeles e Nova Iorque. Costumava me vestir feito um louco com meus amigos, cheio de maquiagens, saltos, fantasias… mas agora posso dizer que já chega. Talvez faça novamente, mas só no Halloween. Eu sinto como se tivesse mudado. Mas continuo me inspirando na pessoa que eu era, pois é parte da minha história!

Antoine: Eu falo também em relação ao som das boates gays! Vinte ou trinta anos atrás, acho que lá era laboratório para descobrir músicas – o que hoje em dia estamos sentindo menos aqui na Europa. Acontece isso também nos Estados Unidos?

Adam: Na verdade, acredito que esse álbum, muito mais do que os outros, parece com uma boate gay. As influências do house é mais do que óbvio. Mas antes, quando eu era influenciado pelo glam rock, as pessoas viam meus acessórios/fantasias/penas e falavam que “nossa isso é tão gay”, quando na verdade a maioria dos gays que conheço nunca usariam aquilo! Hoje com o “The Original High”, eu sinto que represento mais a minha comunidade.

Antoine: Com a turnê do Queen, você teve uma real experiência de uma grande produção de palco. Quando você estava trabalhando no novo álbum, passou pela sua cabeça como faria ele ao vivo, imaginou como fará toda essa história virar realidade ao vivo no palco para seus fãs?

Adam: Honestamente, eu ainda tive poucas ideias. É interessante porque esse álbum é menos teatral. É lógico que irei para o palco com muitas coisas, ou pelo menos espero que sim, mas não é tão simples conseguir refletir essa atmosfera do álbum em cima do palco. O álbum é muito abstrato, quase filosofal. As letras menos visuais, é mais sentimento. Então a preparação para o ao vivo vai ser focada nisso. Preciso achar uma imagem para todos esses sentimentos.

Antoine: Muito obrigado Adam Lambèèèèrt! Ainda não sei como pronunciar!

Adam: Eu gosto da forma francesa, soa bem melhor.

Antoine: Exatamente. Enfim, muito obrigado mesmo.

Antoine: Então vocês já sabem: Adam Lambert, vai estar no próximo dia 19 no Le Grand Palais. E lembrem-se o álbum se chama “The Original High”.

Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Annie Sampaio
Agradecimentos: @VeroniqueORCEL
Fontes: @VeroniqueORCEL, djcells, Rádio FG, AdamsCuckooBitchV/SoundCloud

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