Review por um grande fã do Queen – Londres (Inglaterra) – 17/01

Queen e Adam Lambert na O2 Arena em Londres – 17/01

Informação Importante: Eu sou um fã do Queen. Um grande fã do Queen. Sou fã desde que posso me lembrar. Ver May e Taylor no palco é uma coisa maravilhosa para mim. Nada mais realmente importa… Eu fui para vários shows nas duas turnês de Queen e Paul Rodgers e gostei muito; mas sempre achei uma estranha combinação; um cantor de blues rock, cantando músicas de uma banda que estava tão longe do blues como Brian May estaria, se unindo à Boxing Day Hunt [ver nota]. Que um vice-campeão do American Idol, metade da idade de May e Taylor, poderia ser o melhor, é de se dar risadas, é ridículo claro… mas estranhamente… de alguma forma… Lambert é [o melhor].

A música do Queen parece ter sido vendida como a trilha sonora de cada anúncio publicitário (“Somebody To Love” usado para vender sofás?). Mas pelo menos mantém a música do Queen aqui e agora. Quanto a Lambert? Bem, ele não tem antecedentes de rock ou alguma origem de rock e eu estava muito descrente do que ele poderia trazer para o Queen. No entanto, acontece que ele não é só um vocalista que se sente bem em seu novo papel, mas também possui todas as qualidades necessárias de um showman. O mais importante de tudo é que ele tem um vozeirão.

Começaram a se formar as filas a partir das 17:30h (já que somos bem ansiosos, mas não estúpidos). Foi bom o suficiente para ficarmos na barreira da grade. Mas não bom o suficiente para ser uns dos primeiros 200 para entrar dentro da grade. Felizmente meu amigo Mark puxou conversa com o guarda de segurança que disse que, se ficássemos perto do portão da grade, ele nos deixaria entrar mais tarde. A gente não se mexeu. Enquanto os primeiros sons da canção “One Vision” começavam, às 20:25h, e a cortina começava a se levantar, e quando eu já estava perdendo as esperanças, recebemos uma sinal e Mark correu pra dentro da grade. Felizmente consegui alcançá-lo e de alguma forma nos encontramos na terceira fila em frente do palco. Maravilhoso.

O setlist dessa noite continha hit após hit, não houve surpresas, mas quem se importa. Quando uma banda tem tantas canções conhecidas como Queen, eles não devem se sentir envergonhados de tocar para o público (como Adam uma vez apontou, o difícil do Queen é que eles simplesmente têm muitos hits). O palco é uma reminiscência de turnês passadas e Queen, o exagero de sempre. E é por isso que eu amo essa banda. Tudo ao máximo. Brian May é um guitarrista icônico e escritor de vários clássicos do rock. Roger Taylor ainda parece com um astro do rock que sempre foi (na verdade estes dias ele está parecendo cada vez mais como o Tio Albert… ou pelo menos Tio Albert com atitude). O resto dos músicos no palco incluem o quinto membro não oficial do Queen, Spike Edney, assim como o filho de Roger, Rufus (a cara do seu pai há 40 anos atrás). A banda é completada pelo baixista Neil “não John Deacon” Fairclough e é óbvio que, depois da turnê pela América no ano passado, esta é uma banda que está bem unida.

“One Vision” é uma excelente maneira de abrir o show e continuando com “Stone Cold Crazy”, mostra sua intenção desde o princípio… Lambert está vestido bem parecido com Freddie, estilo estrela do rock e é claro que ele tem toda uma atitude de estrela do rock para combinar. “Dust”, “Fat Bottomed Girls” (onde se vê Lambert em seu elemento) e com “Lap Of The Gods”, levantamos os braços. “Seven Seas” já estava alegre antes que Adam deitasse em uma espreguiçadeira para uma apresentação muito engraçada e teatral de “Killer Queen”.

“I Want To Break Free” e “Somebody To Love” encerraram a primeira metade do show e logo é o momento de May. Ele é o centro das atenções e é ótimo vê-lo tão feliz e descontraído. Ele canta um alegre mas muito sincero “It’s Because I’m A Londoner” seguido por “Love Of My Life” e “’39”. Logo foi a vez de Roger com “These Are The Days” onde ele canta andando em volta do palco com um microfone na mão. Ele nunca parece confortável fazendo isso, sempre parece mais à vontade atrás do kit de bateria, mas sua voz ainda é brilhantemente rouca como sempre. Ele tem um duelo de baterias com Rufus antes de um dueto com Lambert em “Under Pressure”. “Save Me” é bom, mas é o maravilhoso e a nota perfeita de “Who Wants To Live Forever”, que confirma que Lambert é o negócio real.

O solo de guitarra de Brian inclui “Last Horizon” do seu próprio álbum “Back To The Light”. Solos de guitarra… uma coisa um pouco jurássica de fazer estes dias. No entanto, este é Brian “Red Especial” May. Como ele não vai fazer um solo? Ok, solos definitivamente têm opiniões mistas. Alguns da plateia usam esse tempo para buscar uma bebida, outros ficam pasmos ao ver o herói da guitarra em ação. Para mim, foi um pouco longo, mas também ficaria desapontado se eu não chegasse a ver o que ele faz.

“Tie Your Mother Down” faz a gente pular (e meus joelhos começarem a doer), mas logo percebi que eu era o único que estava pulando, então, meio tímido e um pouco envergonhado, coloquei um fim ao meu comportamento bobo (esqueci que nós, fãs do Queen, não somos tão jovens como costumávamos ser). Rufus Taylor assume o comando da bateria e mostra o fantástico baterista que ele é (muito parecido com Taylor Hawkins).

“I Want It All” é poderosa, realmente gostaria que tivéssemos tido a oportunidade de ver Freddy cantar essa música ao vivo. Antes disso “Radio Ga Ga” fez as mãos ficarem no ar. É poesia em movimento ver os fãs do Queen baterem as palmas junto com essa música, sem perder o ritmo. Infelizmente Mark não conseguiu e ele de alguma forma errou na sincronia, culpando a mulher da frente que também não pôde acertar no ritmo. Sua classificação de fã do Queen diminuiu alguns pontos depois disso. “Crazy Little Thing” me pega tentando dançar, mas fracassando miseravelmente, e logo é hora do hino nacional: “Bohemian Rhapsody”. Que mostra Freddie no impressionante telão por trás da banda e é muito difícil não ficar com um nó na garganta. Inacreditável pensar que ele tinha apenas 45 anos quando morreu. Ainda mais difícil acreditar que já são 24 anos este ano do seu triste falecimento.

O show termina com “We Will Rock You” e “We Are The Champions”, como sempre, fecharam os shows desde o início dos tempos (bem, afinal de contas, eles são jurássicos). Enquanto toca “God Save The Queen” e a banda agradece no palco, eu olho para o teto e não só consigo engolir a metade dos confetes que estavam caindo, mas também reclamo pra mim mesmo que eu não me programei para ir a mais de um show… hmmm… Eu vou ter que corrigir isso.

Foram duas horas e quinze minutos para acabar com a melancolia de Janeiro. Se você tem suas dúvidas, confie em mim, Adam Lambert não deve ser subestimado. Sim, ser vocalista do Queen, sem dúvida, não fez mal nenhum ao seu perfil na Europa. Ainda mais que ele também fez o mesmo do outro lado do Atlântico para o Queen. Lambert está quebrando barreiras nos Estados Unidos de várias formas e é muito bom ver um novo showman na cidade.

Inicialmente eu estava preocupado com esta colaboração, mas agora eu quero ir vê-los de novo (assim vou poder ouvir “Don’t Stop Me Now” também). Quanto tempo essa parceria especial vai durar, nós não sabemos, mas se isso significa mais shows como este, que continue.

Confira o setlist deste show clicando aqui.

NOTA: O tradicional Boxing Day Hunt é o dia mais importante do calendário de caça em todo o Reino Unido. Em todo o país se reúnem – cavalo, cão e cavaleiro, e milhares de simpatizantes. A caça à raposa com cães foi proibida há quase dez anos pelo governo trabalhista de Tony Blair. Embora seja ilegal, ainda são permitidas caças usando trilhas perfumadas. Confiram imagens referentes a este evento clicando aqui. ((Daily Mail).

Autoria do Post: Graça Vilar
Tradução: Sandra Saez
Fontes: Adam Lambert TV e STORIES FROM THE MOSH PIT

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