The Press Of Atlantic City: “Adam Lambert um substituto digno de Mercury no Show do Boardwalk Hall em Atlantic City”

Adam Lambert um substituto digno de Mercury no Show do Boardwalk Hall em Atlantic City

Parecia inevitável. Quando o guitarrista Brian May e o baterista Roger Taylor, do Queen, se juntaram com Adam Lambert no palco do “American Idol” na 8ª temporada para “We Are The Champions”, o destino interveio.

O vencedor do “Idol”, Kris Allen também estava no palco naquela noite, mas May nem pareceu notar. Seus olhos estavam em Lambert. E quando todos eles fizeram reverência, May sussurrou algo no ouvido de Lambert, o que pode ter sido uma oferta de trabalho.

Depois de cinco anos trabalhando com o cantor Paul Rodgers, o qual nunca realmente foi adequado, apareceria alguém melhor para substituir um dos maiores vocalistas de rock mais extravagante de todos os tempos – o falecido Freddie Mercury – uma estrela em ascensão, igualmente extravagante, que poderia ajudar a colocar o Queen no centro das atenções mais uma vez, 40 anos depois que a banda foi formada?

Então lá estava Lambert, à frente da banda de rock mais respeitada no Boardwalk Hall na noite de sábado para o penúltimo show da turnê norte-americana da banda chamada “The Once in a Lifetime Tour”.

E Lambert correspondeu.

A mistura da capacidade operática, personalidade glam e a virtude de rock puro do cantor é tão única, tão interessante e tão fascinante, que agora é difícil imaginar qualquer outra pessoa preenchendo o grande vazio deixado pelo falecido cantor.

Chegando ao palco com uma roupa de couro cravejada que foi uma mistura de George Michael e The Village People, Lambert, cuja mãe nasceu em Atlantic City, capturou a atenção do público imediatamente e nunca mais a perdeu.

Ao contrário de muitas bandas que perdem seus vocalistas, Queen + Adam Lambert não parecem ser uma sessão de karaokê e ainda não têm nenhuma intenção de fazer tanto dinheiro quanto possível. Lambert pertence ao Queen, mesmo que ele seja 35 anos mais jovem que May. E é por isso que eles vão fazer novas músicas no futuro.

Mas sábado à noite era tudo sobre o legado do Queen e o impressionante catálogo que inclui 18 álbuns nº 1, 18 singles nº 1 e mais de 150 milhões de álbuns vendidos.

Quase todas as músicas eram instantaneamente reconhecíveis desde as primeiras notas. Os hits começaram com “Another One Bites The Dust”, e continuaram até que tocaram quase todas. E meu Deus, há um monte delas, incluindo “Fat Bottomed Girls”, o revolucionário hit “Killer Queen”, “Somebody To Love”, “I Want It All”, “Radio Gaga” e “Crazy Little Thing Called Love”.

A noite progressivamente ficou ainda melhor. Com um design de palco extraordinário que ofereceu três telas de vídeo, incluindo uma, gigante e circular, que quase chegou ao topo da arena, uma passarela que se estendia para a plateia e um ótimo show de luzes, Queen + Adam Lambert foi um espetáculo digno de grandes palcos.

Eles fizeram um bom uso das telas para homenagear Mercury, que se juntou com May para algumas linhas de “Love Of My Life”, e apareceu em imagens de vídeo durante toda a noite.

O primeiro set terminou com o mais conhecido sucesso da banda. “Bohemian Rhapsody”, uma canção popular que também foi cantada com o vídeo de Mercury e a banda no seu apogeu, e prosseguiu com o bis, com o melhor que se pode fazer para finalizar um show: “We Are The Champions” e “We Will Rock You”, deixando o público querendo mais, apesar do fato de que a banda tocou por quase duas horas e meia.

Também houve canções que os verdadeiros fãs do Queen apreciaram, incluindo a canção de abertura “Now I’m Here”, um clássico ao vivo que a banda já tocou em quase todos os shows desde que a canção foi escrita em 1974; a segunda música da noite, a arrasadora “Stone Cold Crazy”, outra joia ao vivo que foi identificada como trash metal antes que o termo sequer existisse; “In Lap Of The Gods… Revisitado”, uma canção que tem semelhança com “We Are The Champions”; a funky “Dragon Attack”; e “Tie Your Mother Down”, um dos melhores arrasos de todos os tempos.

Claro que houve momentos menos-que-estelar, particularmente a balada “Love Of My Life”, que nunca foi sólida ao vivo e ainda não é, apesar que May fez um trabalho admirável cantando sozinho com um violão; a sci-fi-temática “’39”, que nunca foi uma boa música para começar e não foi melhor, apesar que a banda ofereceu uma versão folk acústica com cânticos de May; “These Are The Days Of Our Lives”, uma canção de mau gosto escrita por Taylor, que ele infelizmente cantou sábado; e Lambert fez uma sessão de canto com o público que durou muito tempo.

May provou porque ele é um dos melhores guitarristas do planeta, tocando refrões difíceis que ele escreveu em sua juventude presenteando ao público com solos estendidos em canções como “Fat Bottomed Girls”, e seu longo solo de guitarra foi legal, criativo e impressionante.

Taylor ainda pode sacudir a bateria muito bem, mas agora ele precisa de um pouco de ajuda do seu filho Rufus Tiger Taylor, e eles se divertiram durante uma batalha que caiu bem para o público. Taylor também fez um ótimo trabalho, tendo as partes de David Bowie em um dueto com Lambert em “Under Pressure”, um dos destaques da noite. O público ainda cantou “Feliz Aniversário” para Taylor, que estava comemorando seus 65 anos.

Mas foi difícil não ficar bastante impressionado com Lambert, que comandou o palco sem nunca esquecer de compartilhar com seus companheiros de banda e, ocasionalmente, lembrando às pessoas como ele estava honrado em ocupar o lugar gigantesco de Mercury. Lambert não só tem uma grande presença de palco, mas ele é um dos melhores vocalistas que você vai escutar, acertando nas notas super altas e indo mais baixo quando necessário, tudo isso enquanto o Queen oferecia harmonias complexas. É uma coisa muito especial de se ouvir.

Muitas vezes, bandas que esperam recuperar seus dias de glória quando deveriam estar aposentadas em casa embarcam em turnês desnecessárias. Esse não é o caso do Queen, que agora tem vida nova graças a Lambert, que é um encaixe perfeito. Será interessante ver se o próximo capítulo da nova música vai ser bem sucedido. Mas por enquanto, eles são uma banda divertida, poderosa e digna de tocar em grandes palcos por todo o mundo. E isso é uma mudança revigorante.

Fontes: Adam Lambert TV e The Press Of Atlantic City

Tradução: Sandra Saez

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