Chicago Sun-Times: “Queen e Adam Lambert arrasam no começo da turnê no United Center”

Queen e Adam Lambert arrasam no começo da turnê no United Center

Uma coisa é certa: o show de quinta-feira de Queen e Adam Lambert no United Center foi o único show em Chicago a incluir uma aula de física e um cantor num terno de pele de leopardo salpicado com diamantes. Foi a junção perfeita de música rock bem feita e estimulante com uma atitude chocante e glamorosa.

Desde a morte do amado vocalista do Queen, Freddie Mercury, em 1991, o guitarrista Brian May e o baterista Roger Taylor têm guardado a eterna chama do legado da banda. Durante a década de 2000, o duo fez parceria com o vocalista da banda Bad Company, Paul Rodgers. O tom de voz de Rodgers combinava bem com o puro rock como “Tie Your Mother Down” de May, mas talvez faltasse um pouco do dom exuberante para atingir o fantástico e romântico alcance de Mercury em “Somebody To Love”.

Entra Lambert.

Ao impressionar com uma pose decadente em cima de uma chaise longue [ver nota 1] púrpura e dourado durante uma muito glamorosa “Killer Queen,” era claro que Lambert possuía o carisma para prestar o tributo máximo à lendária imagem de Mercury. Ajudou o fato de ele ter o dom de combinar a teatralidade. Músicas aclamadas pelo público, como “We Are The Champions” e “The Show Must Go On” mostraram a sensibilidade pop e o estonteante variedade de Lambert enquanto em simultâneo a incomparável técnica de solos de rock de May.

“Tenho a certeza que tocamos para alguns de seus pais”, disse May depois de atravessar a passarela com a sua guitarra acústica até ao centro da sala. O Dr. May seguiu com uma breve descrição da relatividade de Einstein ao mesmo tempo que introduzia “’39”, um conto de amor trágico e uma viagem no tempo.

Taylor prestou tributo a Mercury ao cantar “These Are Te Days Of Our Lives.” Os telões transmitiam imagens nostálgicas dos jovens Queen. A seguir, Taylor e o seu filho fizeram um dueto de bateria. Taylor levou o público ao delírio com uma precisão bombástica em “I Want It All”.

Os músicos não demonstraram muito nervosismo na primeira noite da turnê pela América do Norte. Pequenas falhas sem importância fizeram-se notar na parte técnica, incluindo problemas com o microfone durante a “Now I’m Here,” falhas de sincronização ocasionais com o vídeo e uma falha nos jatos de vapor.

Apesar da banda estar um pouco dessincronizada durante “Love Kills”, a entrega enfática de Lambert e o crescente voo vocal foram avassaladores. A música foi retirada da banda sonora do filme de Giorgio Moroder, “Metropolis” de 1984. Imagens de “Metropolis” também foram vistas durante “Radio Gaga”, enquanto a multidão representava a coreografia de palmas do vídeo da era da MTV.

A camaradagem e amor mútuo entre Queen e Lambert era evidente. May e Lambert esfregaram ombros e fizeram poses heróicas em conjunto, frequentemente. Taylor e Lambert deram um high five [ver nota 2] após terem assumido os papéis de David Bowie e Mercury para “Under Pressure”.

“Sabe, o amor também me faz sentir um pouco doido”, disse Lambert enquanto a banda introduzia “Crazy Little Thing Called Love”. Lambert canalizou Mercury e Elvis Presley equilibradamente.

Na altura em que a banda finalmente chegou ao prato principal com “Bohemian Rhapsody”, a antecipação tinha já atingido a euforia. A multidão bramiu assim que a imagem de Mercury apareceu no telão cantando o segundo verso. Por momentos, Lambert fez May perder o balanço ao se curvar perante ele, fazendo com que este risse e esquecesse a entrada no seu último solo. Em vez de descarrilar o show, deu-lhe um toque mais animado e encantador.

A atuação não foi impecável, mas o espírito era o correto para os Queen. Foi, ao mesmo tempo, abertamente humano e majestoso.

O que se segue da parte do Queen será o lançamento de “Queen Forever” no final do ano, com outtakes de sessões de estúdio anteriores de Freddie Mercury. Não se sabe se May e Taylor irão gravar com Lambert, tal como fizeram em “The Cosmos Rocks” com Rodgers, em 2008. O show no United Center mostrou que isto poderia ser uma colaboração poderosa.

SETLIST:
Now I’m Here
Stone Cold Crazy
Another One Bites the Dust
Fat Bottomed Girls
In the Lap of the Gods
Seven Seas of Rhye
Killer Queen
Somebody to Love
I Want it All
Love of My Life
’39
These are the Days of Our Lives
Dueto de Bateria (Roger Taylor e filho)
Under Pressure
Love Kills
Who Wants to Live Forever
Solo de Guitarra (Brian May)
Tie Your Mother Down
Radio Ga Ga
Crazy Little Thing Called Love
The Show Must Go On
Bohemian Rhapsody

Encore:
We Will Rock You
We are the Champions

NOTAS:

[1] Chaise Longue: Seja para decorar salas de estar ou home theaters, há alguns anos designers e arquitetos vêm apostando no charme e conforto das chaises longue. Esse mobiliário que teve origem no Egito Antigo e já foi chamado de namoradeira e espreguiçadeira. Traduzindo literalmente do francês o termo chaise longue significa cadeira longa. Na verdade, a chaise longue, funciona como uma cadeira de descanso e, em alguns casos, como uma espreguiçadeira. Tem encosto e, comumente, um braço bem alongado no comprimento que serve como sustentação para que a pessoa, reclinada, não caia de costas. Nessa cadeira alongada, o corpo fica reclinado e as pernas estendidas. Geralmente é estofada, para maior conforto. (Folha de Londrina)

[2] High five é uma batida de mãos espalmadas para cima.

Fontes: Adam Lambert TV e Chicago Sun-Times

Tradução: Kady Freilitz

Compartilhar
Share

Nenhum Comentário

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *