Revista Rolling Stone: Q&A – Queen, Adam Lambert falam sobre turnê, pressão e John Deacon

A Revista Rolling Stone conversou com Brian May, Roger Taylor e Adam Lambert para falar sobre a nova turnê, futuros planos e sua relação com o antigo baixista John Deacon. Confira:

Q&A: Queen e Adam Lambert falam sobre turnê, pressão e John Deacon

“Esse é o mais perto que você pode chegar de quando a banda estava em seus dias de ouro, mas não é uma reprodução”, disse Brian May

Há apenas cinco anos, Adam Lambert fez a audição para o American Idol cantando “Bohemian Rhapsody” do Queen e “We Will Rock You”. Nem em seus sonhos mais selvagens ele poderia imaginar que um dia cantaria com a banda. O trio tocou junto no programa e se juntaram novamente para uma pequena série de shows em 2012. Agora, eles lançam uma turnê em solo americano neste verão. A Rolling Stone conversou com Brian May, Roger Taylor e Lambert para falar sobre a turnê, futuros planos e sua relação com o antigo baixista John Deacon.

Adam, como Freddie Mercury o inspirou como cantor?
Adam Lambert: Freddie tinha muito poder e intensidade em sua voz. Eu sempre fui um cantor barulhento, então me identifiquei com a forma que ele atacava as coisas. Ele tinha uma ótima voz. Por outro lado, ele podia fazer algo com significado. Ele tinha muitas cores diferentes, e eu me inspirei muito nisso.

Falem sobre quando viram Adam cantar pela primeira vez. O que vocês pensaram dele como cantor e artista?
Brian May: Eu acho que ele é os dois ao mesmo tempo. Eu sempre acho que cantar é algo físico. Eu agora sou famoso por ter atacado o The Voice na Grã-Bretanha [veja mais detalhes aqui]. Eu acho que é uma ideia estúpida colocar alguém atrás da tela ou ficar de costas para ela. O cantor é completo em todos os aspectos. É algo físico. É o som, a roupa, o magnetismo animal. Você não questiona isso. Quando você vê o Adam, você vê um artista. Ele performa com seu coração. Ele interpreta a música. Eu nunca tive dúvida de que esse é o real. É raro achar alguém com tanto talento e condições de avançá-lo.

Roger, como você viu Adam pela primeira vez? Foi no YouTube?
Roger Taylor: Sim. Um músico amigo meu na América me disse “Você tem que ver esse cara no Idol”. Então nós o procuramos. Sua voz é fenomenal. Eu fiquei chocado.
Lambert: Obrigado pessoal!
Taylor: Eu disse que você tinha um look meio Elvis. Eu pensei “Nossa, que voz! Essas oitavas!”. Essa foi minha primeira impressão. Eu agi como qualquer um vendo alguém com um talento extraordinário.

Na coletiva de imprensa, você disse que ele “é uma diva da melhor maneira possível”. Você pode falar sobre isso?
Taylor: Para mim, diva significa um extraordinário, teatral e brilhante artista.
May: [Sarcástico] Mas ele é muito difícil de lidar.
Lambert: Vocês não viram nada ainda!

Adam, você tem um conhecimento do catálogo do Queen. Você já conhece todas as músicas?
Lambert: Quando nós fizemos os shows na Europa, tivemos 10 dias para ensaiar. Eu já era familiarizado com várias das músicas pois cresci ouvindo-as, mas algumas eu não conhecia. Havia um pouco de pressão para aprendê-las. A pressão e intensidade do processo dá bastante poder. Eu gosto de pressão.

Existem muitos fãs mais novos que nunca tiveram a oportunidade de ver Queen ao vivo. Isso não será uma nostalgia para eles, mas sim uma nova experiência.
May: Nós sabíamos disso quando fizemos essa decisão. Esse é o mais perto que você pode chegar de quando a banda estava em seus dias de ouro, mas não é uma reprodução. Não é uma imitação. Nós estamos vivos e temos um grande cantor. Haverá muitas novidades nesse turnê. Eu acho bem animador. Será barulhento e diferente de tudo o que procuravam em nós.
Lambert: Para mim o que torna isso muito especial é que é real. É ao vivo. Hoje em dia você vai à um show e ouve-se muito playback. São músicas gravadas. É assim. Não é que eu menospreze isso. Mas este projeto é algo real. Isso é puro. Nós não estamos cantando com música de fundo. Todos os instrumentos são ao vivo. Eu canto junto com esses caras. É puramente orgânico. Eu acho que atualmente, é muito legal para a plateia ver algo com tanta dedicação.

Eu sei que você já fez vários shows com eles pelo mundo, mas deve ser surreal dividir uma turnê com eles.
Lambert: É lindo, é surreal, estou honrado. Eu me inspiro nisso. É o tipo de coisa que ou dá certo ou não dá, especialmente quando estivemos em um palco na Ucrânia na frente de 300.000 pessoas. Eu pensei “É agora ou nunca. Corra atrás”. É como estar na frente de uma câmera no Idol, você dá o melhor de si.

Vocês tem planos por trás dessa turnê? Talvez mais alguns shows em outros lugares?
May: Não especificamente. Há a possibilidade de que continuemos com isso. Há boas propostas aparecendo, mas agora estamos nos concentrando apenas nisso.

Vocês estão abertos à ideia de criar um novo material com Adam?
May: Estou aberto à tudo.
Taylor: Seria legal. Veremos como será na turnê. Nós queremos ter certeza de que gostamos disso antes.
Lambert: Eu acho que o especial disso é que é algo limitado. É um relacionamento especial. Não é como se agora não fôssemos nos separar. É uma turnê única na vida.

Vocês ainda mantêm contato com John Deacon?
May: Na verdade não. Ele não quer. Ele prefere ficar em seu próprio universo.
Taylor: Ele está aposentado de qualquer contato social.

Vocês o vêem ou conversam com ele?
Taylor: Não, não. Ele está meio fragilizado e não quer saber de falar com pessoas da indústria musical. É justo, nós os respeitamos.
May: Ele ainda fica de olho nas finanças. John Deacon ainda é John Deacon. Nós não tomamos nenhuma decisão financeira sem falar com ele.

Adam, você continuará focando em sua carreira solo, certo? Esse é só um projeto a parte agora?
Lambert: Esse é um projeto paralelo. Como um artista criativo, eu faço várias coisas diferentes. Se eu não me ocupar eu fico entediado. No começo desse ano eu fiz uma participação em Glee. Eu estive na Suécia trabalhando em material solo. Na verdade eu voltarei para a Suécia no sábado para continuar trabalhando nisso. Eu gosto de fazer várias coisas diferentes. A beleza disso é que é algo completamente inspirador. Eu aprendo com esse dois cavalheiros. Eu aprendo com a plateia. Eu acho que isso me mantém informado e deixa meu material mais forte.

Fontes: Adam Lambert TV e Revista Rolling Stone

Tradução: Carolina Martins C.

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