Adam Lambert e Amy Winehouse, os “Opostos”

(Clique na imagem para visualizá-la em tamanho maior)

Na entrevista dada por Adam Lambert para a revista Rolling Stone (jun/2009), ele disse o seguinte sobre a cocaína:

“Essa droga é o reflexo puro da falta de autoestima e acaba por controlar as pessoas e suas vidas”.

Essa semana foi palco de mais uma tragédia envolvendo a cantora Amy Winehouse, supostamente morta por abuso de drogas [ver nota 1] no último sábado (23). Segundo o jornal britânico “The Sunday Mirror” (veja aqui), a cantora foi vista comprando uma grande quantidade de substâncias entorpecentes na sexta feira (22), entre elas cocaína, heroína, ecstasy e ketamina. Ainda não foi divulgado um laudo oficial sobre a “causa mortis” da cantora, apenas estão sendo levantadas hipóteses diante do histórico dela e das drogas, escândalos e tentativas de reabilitação.

Diante da divulgação da notícia, não há como não levantar a hipótese entre Amy, as drogas, o sucesso e como esses fatores estariam interligados.

Nessa altura vocês devem estar se perguntando: o que isso tem a ver com Adam Lambert?

Digamos que Amy foi um fenômeno da música, será inevitavelmente relembrada no futuro como exemplo da renascença do blues, uma das artistas mais completas da atualidade, pois além de cantar com voz e timbre excepcionais e diferentes, ela tinha estilo único, era inteligente, original e inovadora. O futuro de Adam ainda está sendo brilhantemente traçado, ele poderá ser lembrado como o artista que cooperou para o renascimento do “Rock Glam” e as outras características em comum, nem precisam ser explicadas. Felizmente essas, são as únicas semelhanças que ela possuía em comum com Adam.

Logo depois do término da oitava edição do American Idol, Adam foi capa da Revista Rolling Stone de jun/2009 (veja aqui) e foi nessa entrevista que saiu oficialmente “do armário” revelando sua opção sexual. No entanto, esse não foi o único tema importante abordado por ele na entrevista. Nesse relato ele confessa pela primeira vez o seu uso de drogas durante determinada época da sua vida.

Ele também disse em entrevista para a “Details” Magazine de out/2009 na qual foi capa também (veja aqui) que entrou em depressão em meados de 2006: “Eu havia saído do meu primeiro relacionamento e estava descendo num tipo de espiral” (…). “Eu estava destrutivo, me boicotando”. Ele começou a frequentar assiduamente baladas como “Hyde” [ver nota 2], dormir com várias pessoas ao mesmo tempo, ou como ele mesmo se auto descreve “sendo um vagabundo”. Ele também bebia muito, fumava muita maconha e cheirava coca. “Estava por todos os lugares”, ele disse. “Eu não irei mentir, eu me diverti, mas no dia seguinte nunca compensa fisicamente”.

Para a revista “Rolling Stone”, Adam chegou a confessar que foi através de uma “epifania” causada por entorpecentes, que ele resolveu se inscrever no American Idol, programa que mudaria sua vida para sempre.

Estaremos aqui fazendo uma apologia às drogas?

Não.

A finalidade aqui é exatamente demonstrar e questionar as vertentes do sucesso e fama repentinos e a sua relação com o descontrole emocional, cujo desfecho possa culminar em um vício até a morte por overdose de drogas.

Logo depois da adolescência, Adam se sentia estrangulado pela sua sexualidade e não lhe agradava ser diferente. Ele era então, recém saído de uma obesidade adolescente. Quando esteve na Alemanha, Adam experimentou a maconha e o ecstasy pela primeira vez, foi quando começou a frequentar as baladas underground “neo hippies” como o festival “Burning Man”, um misto de show envolvendo arte psicodélica, astrologia, música e teatro, praticamente um canalizador da liberdade de expressão em todas as suas formas.

Em algumas entrevistas ele deu a entender que nessa época, ele fazia uso de várias substâncias entorpecentes.

Diante do celeuma acerca da sexualidade de Adam, da discriminação que sofria decorrente dela, da falta de projeção no mundo artístico, ele poderia facilmente ter se encaixado naqueles modelos de “pseudoartistas” revolucionários e homossexual rebelde e ter se entregado às drogas e hoje, ninguém saberia quem é Adam Lambert.

É claro que isso depende da pessoa, de como ela encara a vida, a família, a espiritualidade [ver nota 3], a importância que têm os amigos e a capacidade de superação de cada um.

Também sabemos que todo ser humano normalmente são tem um instinto de autopreservação.

Adam ama a família, ama seus amigos, acredita na positividade como lema de vida e na lei do retorno como religião. Ele ama a vida em si, as pessoas, a energia que elas podem lhe passar e sabe que tem capacidade de retribuir a energia dispendida porque ele se esforça para isso. Faz parte de sua “persona”, seu modo de ser, independentemente do quanto esteja recebendo para fazer um show. Pessoas pagaram para ver o mesmo show na “Glam Nation Tour”, só as pessoas emotivas e entusiasmadas foram brindadas com o melhor que Adam tinha a oferecer.

A luta contra o preconceito, em vez de tê-lo enfraquecido, o fez forte ao ponto de querer mostrar ao mundo que a opção sexual não deve desmerecer o talento de ninguém. Que se a sociedade em que você vive não lhe aceitar porque você “é estranho”, essa sociedade é que não te merece e não o contrário. Que ser estranho e diferente podem ser propulsores de um talento sem fronteiras se você não tiver medo de ser quem é.

Amy, ao contrário, demonstrava que queria fugir de quem era, não conseguia lidar com a sua hipersensibilidade, se envolvia com pessoas que queriam destruí-la e não se respeitava. Era nítida a sua falta de empatia com o público, a despeito do imenso talento.

Podemos julgá-la? Não.

Podemos dizer que ela tinha um “bug”, uma doença, uma condição mental deficitária que a deixava sem escrúpulos em se expor até drogada. O impulso destrutivo sem fronteiras. Tão imenso era seu talento, quanto imenso era o seu mundo de escuridão.

É verdade que não escolhemos o que somos. Nem os talentos, nem as fraquezas. Acredito, no entanto, que a fé em “algo maior”, no bem sob qualquer manifestação, na energia positiva que faz parte do mundo transcendental invisível, no qual cada ser humano acredita como sendo sua religião, seu “Deus”, “seu infinito”, fez toda diferença em relação a Adam. Essa fé, bondade, energia ou como queiram chamar, ou existe dentro de você ou não, ou você cultiva, ou não. Ou você busca conviver com pessoas que estimulem esse seu lado, ou não. Ou você acredita, ou não.

De fato, existem pessoas que brilham, por dentro e por fora, aquelas que fazem uso de um único pó: aquele feito de partículas minúsculas que reluzem em matizes furta-cor e que em meados de 2010 explodiram como num furor de energia e alegria no palco da “Glam Nation Tour”: o glitter.

Na sua opinião, foi a falta desse diferencial que Adam possui, sua postura em relação à vida que fez com que ele não caísse na mesma vida de Amy? Ou, já existia uma propensão química de Amy ao uso de drogas independentemente do futuro que ela tivesse, mesmo sendo famosa ou não?

NOTA DA AUTORA: Esse ensaio não tem por objetivo denegrir de forma alguma a imagem de Amy hinehouse e sim colocar em pauta um assunto que ganha destaque cada vez maior, como o mal do século: as drogas. Entendemos que seu talento é inestimável, sua falta insubstituível e também queremos prestar nossa homenagem. Amy, descanse em paz (1983-2011).

NOTAS:

(1) Ainda aguardando informações oficiais.
(2) Hyde: um club privé, onde as celebridades literalmente se escondem para fazer coisas erradas… Veja mais detalhes aqui e aqui.
(3) Espiritualidade x Espiritismo: Espiritualidade é uma dimensão da pessoa humana que traduz, segundo diversas religiões e confissões religiosas, o modo de viver característico de um crente que busca alcançar a plenitude da sua relação com o transcendental. Espiritismo é um conjunto de doutrinas espiritualistas que consideram o homem um espírito imortal que alterna experiências nos mundos material e espiritual, de acordo com a doutrina da reencarnação, com o objetivo de evoluir, tanto moral quanto intelectualmente, rumo a Deus.

Texto e Criação & Arte: Mônica Smitte

Compartilhar
Share

13 Comments

  1. Muita pena da Amy não era fã incondicional dela mas achava ela brilhante. Mas se entregou não teve forças para sair da sombra em que vivia. Sua alma e seu corpo sucumbiram as trevas. Graças a Deus Adam tem uma cabeça tão boa, ele é tão evoluído espiritualmente que se bobear conseguimos ver uma aurea em volta dele. Ele emana tanta energia boa que nada de ruim pode atormenta-lo neste estágio da sua vida. E nós seus fãs sempre procuramos cerca-lo de amor, respeito e muito carinho.

    1
  2. Sendo fã ou não, temos que concordar que perdemos uma linda voz para as drogas. E também perdemos um ótima pessoa que mesmo nos piores momentos de sua vida, sempre foi boa com as pessoas, com a família e com os fãs. Que ela descanse em paz, tenho certeza que ela jamais será esquecida, Amy foi uma artista brilhante!
    Adam também passou por uma fase obscura da vida, mas Graças a Deus ele saiu disso com sua energia, fé, música e positividade e hoje ele está aqui conosco. Nós emocionando, divertindo e emanando tantas coisas boas, com suas músicas, com seu ser…

    2
  3. Sim, o Adam contagia qualquer pessoa com sua luz e positividade, isso é inquestionável! E Bruna, nós fizemos questão de ressaltar no ensaio todos os atributos da Amy, artista singular dessa década..em nenhum momento a desmerecemos, apenas enfatizamos o enfoque que duas pessoas tiveram diante de uma mesma situação, como uma sobreviveu e está aí, literalmente brilhando e a outra, infelizmente, nos deixou…

    3
  4. Apesar de não ter sido uma fã da Amy, é claro que reconheço seu talento! Ela tinha uma voz diferenciada… É uma pena que ela não tenha conseguido sair do caminho das drogas… realmente, o mundo perdeu um grande talento!

    E ainda bem que mesmo Adam tendo experimentado o mundo das drogas, se livrou e foi pelo outro caminho!! Que ele continue assim, seguindo seu caminho longe deste mundo “cruel e praticamente sem volta”… E que o único “PÓ” que ele se interesse, seja somente o do “GLITTER”!!!

    4
  5. Eu sou fã incondicional da Amy,como sou do Adam. Fui ao show dela aqui no Rio no 2° dia. Munha Diva, estou sofrendo e reconheço que Adam è o oposto da Amy. Nós fãs estavámos na espectativa do seu próximo albúm com uma turnê maravilhosa,mais seu vício falou alto,e ela pagou o preço. Amy para sempre ! Agora , Adam é o amor da minha vida! Te amo Adam!

    5
  6. Vou citar o que um amigo meu escreveu sobre esse assunto: “ficar viciado é uma doença, começar com o vício é uma opção, portanto faça bem suas escolhas.” e digo mais, começar com o vício e parar antes de que vire algo sem retorno, uma vitória!

    6
  7. Parabéns pelo texto Monica!

    7
  8. Obrigada Mari!!! ((:

    8
  9. Ow,Moniquinha,já estava me perguntando:QUANDO voltarão os ensaios maravilhosos da MÔ??Me embriaguei no seu texto,você realmente tem o dom, Mônica, e o Addam também tem mérito, pois sei que ele te inspira muito!Lindíssimo seu texto,amei,matei saudades!Também não era super fã da Amy,mas sempre escutava suas músicas até o fim com muita admiração,meu filho é tri-fã e é uma pena o que aconteceu! Mas realmente, tudo a ver o título do ensaio, opostos total! Amy –>”Tão imenso era seu talento, quanto imenso era o seu mundo de escuridão.” Adam: –>Tão imenso É seu talento, quanto imenso o seu mundo de energia e luz! AMÉM!

    9
  10. Querida Graça!
    Como é bom ler tuas palavras! Realmente Sinto que o trabalho dispendido, a inspiração utilizada são recompensados…e sim, Adam me inspira demais! Também não era fã da Amy, mas adoro particularmente a música dela “Love is a Loosing Game” que tem um toque de retrô nostálgico, muito linda…senti muito por ter perdido um talento, aliás, qualquer talento que é perdido dessa maneira merece um sentimento de pena e perda, sejamos ou não fãs do artista. Saiba que a tua luz também sempre brilha no meu coração e teu cristalzinho está sempre do meu lado! Obrigada, beijos

    10
  11. Eu sou fá do ADAM a pouco tempo mas o que mais me admira nele é essa cabeça que ele tem a mente aberta,autentico,enfim graças a deus que ele não mergulhou nessa de drogas ia ser uma juventude jogada fora,taí agora o caso da AMY muito talento.dinheiro e fama que ficou tudo aqui,por causa do vício,nao aproveitou nada a vida, o Adam se ve que ele é feliz do jeito que ele é ,isso é um ótimo exemplo para nós,admiro ele como pessoa e artista é claro….bjo para todos os fãs do adam…

    11
  12. eu so fã do adam michel lambert ja faz 5 anos e eu nao pessava q eu iria ser igualzinho a ele e eu hoje em dia to com o rosto igual e o cabelo e as maquiagems tambem e na escola eu so chamado de adam e me sinto poderoso com isso q um monte de meninos ja pedil para ficar com migo sem falar nas minhas roupas e eu tb canto em
    ai como ele e lindo de mais eu adoro ele e os fãns dele sao lindos eu amo vc s ta

    12

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *